A CoronaVac, vacina para a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Life Science, apresentou segurança e produção de anticorpos nas fases 1 e 2 de testagem, diz artigo científico publicado na prestigiada revista The Lancet nesta terça-feira, 17. O imunizante é também testado no Brasil por meio de uma parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.
O resultado, no entanto, diz respeito apenas às duas primeiras fases de testagem que ocorreram na China, com 743 voluntários, com idades entre 18 e 59 anos. O achado mais importante diz respeito à taxa de produção de anticorpos, aferida em 97% dos participantes 28 dias após receberem o fármaco. Entre o grupo que recebeu medicamento placebo não houve qualquer produção de anticorpos. A confirmação real de eficácia, no entanto, só será conhecida com o desenrolar da fase 3 de testes, em curso também no Brasil, onde há o aval para recrutar 13.060 voluntários.
Em relação aos efeitos adversos, o mais comum foi dor no local da aplicação. Apenas um dos voluntário apresentou uma alergia 48 horas após a aplicação da primeira dose, o que pode ter relação com o imunizante. O participante foi medicado e recuperou-se em 3 dias.
Esses resultados foram coletados em análises realizadas no mês de abril, quando foram recrutados 143 participantes para a fase 1. E em maio, quando 600 participantes aceitaram receber as doses da fase 2.
Esta é a primeira publicação oficial sobre os estudos da CoronaVac. Resultados sobre a segurança e produção de anticorpos já eram conhecidos há alguns meses, mas sem a chancela de um periódico científico, como ocorreu hoje. Outros imunizantes em teste, caso do fármaco desenvolvido pela Pfizer e pela empresa de biotecnologia Moderna, já apresentaram resultados preliminares positivos da fase 3 — onde há milhares de voluntários envolvidos.