Cenas recentes de europeus aproveitando o verão de forma despreocupada, sem máscara, sentados com os amigos em um café praticando o esporte do dolce far niente aguçam no brasileiro a vontade de ver o país também voltar à rotina pré-pandemia. Com os índices de novos casos, hospitalizações e mortes em queda, é de esperar que o momento não tarde, desde que a vacinação siga em ritmo adequado e que cada um faça a sua parte ao continuar tomando os cuidados necessários de proteção, com o uso de máscara e o distanciamento social.
O processo de retomada das atividades começa aos poucos a ser posto em prática, com as empresas gradativamente adotando o modelo híbrido de trabalho, restaurantes, bares e lojas ganhando mais tempo para o atendimento e opções culturais abrindo-se ao público presencial. O Teatro Municipal de São Paulo já anunciou a temporada do segundo semestre informando ao público que, a partir de agora, será permitida a presença de audiência novamente, mas dentro dos critérios de segurança preconizados.
Também em São Paulo será feito um circuito de trinta eventos que servirão como testes para uma abertura segura. Entre as opções, estão encontros com fins sociais, de esportes, de economia criativa e quatro shows de artistas ainda não definidos. Uma das apresentações será feita em Serrana, cidade do interior do estado onde a população adulta foi vacinada. Quem quiser participar de qualquer uma das atrações do circuito terá de usar máscara, estar vacinado com as duas doses e submeter-se à testagem. Além disso, será monitorado semanas depois para que os organizadores conheçam o impacto dos eventos na pandemia.
Há movimentação semelhante em todo o Brasil. Diversas prefeituras conversam sobre a realização das festas de Ano-Novo e organizadores de festanças tradicionais, como a Mil Sorrisos, que agita o litoral da Bahia, começaram a vender os ingressos para a virada de 2022. Otimismo com cautela é o nome do jogo agora.
Publicado em VEJA de 14 de julho de 2021, edição nº 2746