Em 2021, o mundo começou a retomar a vida em meio à pandemia
No Brasil, setores importantes da economia duramente atingidos em 2020 receberam o oxigênio necessário para planejar um 2022 mais promissor
Embora com avanços e retrocessos, o mundo retoma a vida ainda em meio à pandemia de Covid-19. Dois anos depois do surgimento dos primeiros casos na cidade de Wuhan, na China, no entanto, a perspectiva de voltar às atividades está mais próxima graças às vacinas contra a doença. Elas foram decisivas para que os seres humanos pudessem enxergar a saída do caos trazido pelo SARS-CoV-2. De fato, o impacto das campanhas de imunização sobre o número de casos graves e mortes causadas pela doença foi impressionante. A Inglaterra, o primeiro país a começar a aplicação das doses vacinais, no fim de 2020, experimentou os primeiros benefícios cerca de quatros meses depois. Em abril, iniciou um processo de reabertura e flexibilização das medidas sanitárias de controle cujo maior símbolo foi a felicidade no rosto da população, liberada para voltar aos pubs, a segunda casa dos ingleses, templo e sinônimo de comemorações. Da Inglaterra, o movimento de liberação foi se dando como em um jogo de dominó: pouco a pouco, os países permitiram o retorno de atividades presenciais, a volta de shows, cinema, teatros e a entrada de estrangeiros. Brasileiros, então com entrada proibida em boa parte do mundo, festejaram a autorização para recomeçar a rotina de viagens. A senha para participar disso tudo era e continua sendo o comprovante de vacinação completo.
No Brasil, a retomada chegou um pouco mais tarde, mas com fôlego. Setores importantes da economia duramente atingidos em 2020 receberam o oxigênio necessário para planejar um 2022 mais promissor. Turismo, eventos e o mercado da economia criativa se preparam para iniciar o próximo ano de um ponto consideravelmente mais alto do que antes. Agora, exatamente um ano depois da chegada das vacinas, uma nova onda de casos emerge na Europa e nos Estados Unidos, muito em razão da resistência de grupos numerosos de indivíduos que resistem à imunização. É difícil de acreditar, mas eles são hoje um dos principais obstáculos à superação da pandemia. É um momento delicado e decisivo. A ciência mostrou o caminho de volta e desenvolveu os recursos para percorrê-lo. Não podemos deixar que a ignorância nos tire do trajeto.
Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770