O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), anunciou nesta quarta-feira, 20, que determinou que o Instituto Butantan importe insumo para a fabricação da CoronaVac, imunizante contra a Covid-19 produzida pelo instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, para a campanha de vacinação de crianças de 3 e 4 anos. A fabricação da vacina foi interrompida por falta de demanda e, agora, estados e municípios estão com estoques reduzidos.
A partir do pedido, o instituto vai solicitar 8 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a Sinovac, o suficiente para a produção de 10 milhões de doses. “Tomamos essa decisão hoje, antes mesmo da inclusão no PNI (Programa Nacional de Imunizações), para que a gente tenha vacina suficiente para vacinar as crianças de São Paulo e colocá-las à disposição do Ministério da Saúde para vacinar as crianças do Brasil”, informou, em nota, o governador.
Ainda de acordo com Garcia, o processo de importação deve demorar “algumas semanas”, mas é possível que as vacinas estejam disponíveis no próximo mês para que a vacinação da população pediátrica seja realizada.
Nesta terça-feira, 19, o Ministério da Saúde recomendou que a imunização do público seja iniciada pelas crianças imunocomprometidas. A orientação levou em consideração os baixos estoques da CoronaVac nos estados e municípios.
A pasta informou, em nota, que “segue em tratativas com o Instituto Butantan, fabricante da CoronaVac no Brasil, e com o Consórcio Covax, para aquisição de novas doses”.
A Anvisa liberou a aplicação do imunizante para a faixa etária, incluindo imunossuprimidos, com a mesma indicação para as demais faixas etárias de dosagem, a formulação e intervalo (de 28 dias entre as doses) na última quarta-feira, 13.
CoronaVac
Na semana passada, o ministério orientou que estados e municípios utilizassem as doses de CoronaVac disponíveis em estoque para incluir as crianças nesta etapa da campanha. Em nota enviada na última quinta-feira, 14, o Instituto Butantan afirmou que espera “que o imunizante seja incorporado ao Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, de acordo com a demanda necessária e mediante contratação”.
A fabricação da CoronaVac foi interrompida em outubro do ano passado. Segundo o instituto, o último lote foi enviado ao Ministério da Saúde em fevereiro deste ano, totalizando 110 milhões de doses entregues. A produção foi suspensa porque, desde então, não houve mais pedidos.
A CoronaVac recebeu autorização da agência para ser aplicada no público com mais de seis anos e que não é imunocomprometido em janeiro deste ano. O imunizante tem autorização para uso emergencial no país, mas deu entrada no pedido de registro em 9 de julho. O prazo de análise é de 60 dias a partir da solicitação.