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Governo decreta fim do surto de febre amarela

O último caso da doença foi confirmado em junho, no Espírito Santo. A partir do próximo ano, o objetivo é vacinar as crianças de todo o país

Por Da Redação
Atualizado em 6 set 2017, 22h00 - Publicado em 6 set 2017, 16h04

Nesta quarta-feira o Ministério da Saúde declarou o fim do surto de febre amarela. O último caso da doença foi registrado em junho, no Espírito Santo. Segundo a pasta, assim como as outras arboviroses – dengue, zika e chikungunya -, a prevalência da febre amarela é maior nos meses de calor, entre dezembro e abril, e, com o fim dessa sazonalidade, já havia a expectativa da redução do número de casos.

O governo anunciou ainda a ampliação das áreas onde a vacinação contra febre amarela deverá ser feita de forma rotineira para toda a população. Também por causa do limite de produção do imunizante, a ideia é priorizar neste momento cidades da Bahia e São Paulo.

Em virtude do surto atual, São Paulo aumentou em 44 o número de cidades consideradas de risco. “Essas áreas vão permanecer com essa recomendação permanente, como já é praxe. Mas a equipe avalia agora também a possibilidade de que outras cidades entrem também para esse mapa onde a vacinação é de rotina”, disse Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

Maior surto da história

O Brasil enfrentou neste ano a pior epidemia de febre amarela da história. Até 1º de agosto, foram confirmados 777 casos e 271 óbitos pela doença. Para conter o avanço, o Ministério da Saúde intensificou a vacinação em 1.121 municípios nos estados de Minas Gerais, Rio, São Paulo, Espírito Santo e Bahia.

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Do total, no entanto, apenas 205 cidades estão com a cobertura vacinal acima de 95%, considerada a ideal. A média nos estados ainda é considerada baixa, em 60,3%. O ministro da Saúde afirmou ser necessário esforço para que os índices de população imunizada aumentem.

Mas, mesmo com esses baixos índices de cobertura, o ministro avalia que o risco de uma epidemia de febre amarela no próximo verão é menor. “A expectativa é de que não haja um novo ciclo com grande número de casos”, disse. Além da leve melhora na cobertura vacinal, ele atribuiu a maior tranquilidade ao fato de que a febre amarela ocorre tradicionalmente em ciclos. Epidemias geralmente ocorrem a cada sete ou oito anos.

Ampliação da vacinação

A partir do próximo ano, o objetivo da pasta é vacinar as crianças de todo o país contra a febre amarela. Essa estratégia foi recomendada por um comitê assessor ao Ministério da Saúde, que a partir de agora deverá definir como a medida será posta em prática e já vem sendo discutira desde o início do ano.

“Em cidades menores, a cobertura poderá ser feita por meio de campanhas, para haver maior aproveitamento das doses”, afirmou Carla. Em outros locais, a vacinação poderá entrar na rotina.

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No entanto, a estratégia de inclusão da vacina para todas as crianças de 9 meses depende de disponibilidade do imunizante. Técnicos da área temem que, uma vez incorporada a recomendação, não haja disponibilidade da vacina para todos os postos do país.

Para evitar o desabastecimento, a equipe agora avalia qual seria o aumento da demanda para definir por onde e quando a nova estratégia de proteção começará a ser posta em prática. Uma das possibilidades é de que campanhas sejam feitas em ciclos, começando por locais considerados de maior prioridade até alcançar todos os municípios brasileiros.

(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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