Diversos hospitais na Suécia suspenderam o uso de cloroquina em pacientes infectados pelo novo coronavírus devido ao aparecimento de efeitos colaterais como câimbra, forte dor de cabeça e perda da visão periférica. Um dos pacientes relatou ao jornal local Expressen que começou a tomar dois comprimidos do medicamento por dia após ser diagnosticado com Covid-19. Mas em vez de melhorar com a medicação, ele começou a apresentar os efeitos colaterais desagradáveis relatados acima. Segundo ele, a cabeça doía tanto que parecia que ele estava em “uma usina de alta tensão”.
Magnus Gisslén, professor e médico chefe da clínica de infecção do Hospital Universitário Sahlgrenska, disse ao jornal local Gothenburg Post que o hospital parou de administrar o medicamento em seus pacientes após relatos desses efeitos. “Houve relatos de efeitos colaterais mais sérios do que imaginávamos. Não podemos descartar efeitos colaterais sérios, especialmente no coração, e é um medicamento de alta dosagem. Além disso, não temos fortes evidências de que a cloroquina tenha efeito sobre a Covid-19 “, disse Gisslén ao Gothenburg Post. Em 1% das pessoas, a cloroquina pode causar arritmia cardíaca, o que pode levar a um infarto fulminante.
Até o momento, não existem medicamentos específicos para tratar o novo coronavírus. Muitos, incluindo a cloroquina e seu derivado menos tóxico, a hidroxicloroquina, estão em fase de estudos clínicos. Mas desde que a cloroquina começou a ser enaltecida como um tratamento promissor para o novo coronavírus, muitos países, incluindo o Brasil, adotaram o uso do medicamento em pacientes internados com Covid-19 ou em protocolo de pesquisa clínica.