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Humano sintético? Cientistas criam embrião usando células-tronco

Experimento pode ajudar a descobrir soluções para doenças genéticas, mas levanta sérias questões éticas e legais

Por Diego Alejandro
27 jun 2023, 10h08
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  • Embrião
    EMBRIÃO: Experimento ocorreu sem a presença de óvulo ou espermatozoide (Foto: Dr. Kontogianni/ IVF/Domínio Público)

    Nos últimos dias, a ciência atingiu um novo patamar. Pesquisadores conseguiram criar embriões humanos utilizando apenas células-tronco, dispensando o uso de óvulos ou espermatozoides. 

    O experimento foi descrito pela professora Magdalena Żernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, durante um discurso na reunião anual da Sociedade Internacional para Pesquisa com Células-Tronco (ISSCR), realizada em Boston.

    Lembrando os embriões nos primeiros estágios de desenvolvimento natural, esses modelos não possuem todas as características de um organismo natural: não têm um coração em funcionamento nem estrutura cerebral, mas possuem células que, em gestações humanas, mais adiante levariam à formação da placenta, do saco vitelino e do próprio embrião.

    As versões “artificiais” poderão permitir estudos inéditos acerca de distúrbios genéticos e causas biológicas de aborto espontâneo recorrente, por exemplo. Alguns pesquisadores citam até planos de usar os embriões sintéticos para doação de órgãos. 

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    Contudo, ainda não se sabe se essas estruturas seriam capazes de continuar se desenvolvendo caso implantadas em um útero humano – ademais, tal procedimento seria por enquanto ilegal. O trabalho ainda não foi publicado em um periódico científico.

    Debate ético

    Apesar de, por ora, não haver nenhuma previsão de uso clínico desses embriões, a pesquisa suscita debates de ordem ética.

    Enquanto embriões naturais fertilizados em laboratório a partir de óvulos e espermatozoides só podem ser cultivados legalmente por até 14 dias, segundo as diretrizes da ISSCR, os embriões sintéticos do estudo não estão cobertos por legislação específica e teriam sido cultivados até atingir um estágio além dessa marca: o da gastrulação, quando o embrião deixa de ser um aglomerado de células idênticas e passa a formar unidades distintas que, posteriormente, formarão estruturas básicas para o desenvolvimento de um feto.

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    O mesmo grupo de cientistas envolvido nesse experimento já havia provado antes ser possível criar um embrião de camundongo a partir de células-tronco, dotado de trato intestinal, princípio de cérebro e um coração pulsante. Tais embriões seriam quase idênticos aos naturais, mas não sobreviveram à implantação uterina.

    Em abril, estudiosos chineses replicaram o experimento em macacos, mas nenhum embrião se desenvolveu por mais do que alguns dias após a implantação uterina. 

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