Para um sabático, o período de afastamento de Evaristo Costa da TV está razoavelmente agitado. O jornalista, que deixou a bancada do Jornal Hoje, da Globo, para viver a vida, como naquela novela de Manoel Carlos, se converteu em garoto-propaganda digital de uma rede de eletroeletrônicos, que promove com frequência em suas redes sociais, já participou de campanha de uma poderosa marca de streaming e agora estreia como dublador em um filé da Disney-Pixar, a continuação do super-sucesso Os Incríveis, de 2004.
No longa, Evaristo dá voz a um personagem próximo a ele – ou aquilo que ele foi por anos, e que não parece interessado em voltar a ser. Ele dubla um âncora de telejornal, que noticia as catástrofes que acontecem pelas ruas enquanto a família do Sr. Incrível e da Mulher Elástica tentam voltar à ativa, com apoio do governo, para salvar o mundo. Evaristo faz ele mesmo – ele faz o “Eva”, como é chamado com carinho pelos seguidores. Ouvi-lo remete tanto à bancada do JH que se espera que a qualquer momento ele diga, “Pois é, Sandra”.
Foi uma estreia segura, sem dúvida, e mais um acerto de “Eva”, que tem provado fazer boas escolhas. Quando deixou a Globo, Evaristo Costa pretendia se afastar do jornalismo para faturar com publicidade – soa anti-ético um jornalista, figura a quem se atribui credibilidade, anunciar um produto. Ele apostava no carisma e no personagem que criou nas redes sociais. Está dando certo. Evaristo abraçou a internet e segue dando uma banana para a televisão. Vai bem, obrigado.
Seu público nas redes, por sinal, explodiu desde a saída da Globo. Quando deixou o jornalismo, em agosto de 2017, Evaristo tinha 1,13 milhão de seguidores no Twitter, 2,2 milhões no Facebook e 5,2 milhões no Instagram. Hoje, beira os 2 milhões de seguidores no Twitter (1,93 milhão), 2,3 milhões no Facebook e 6,5 milhões no Instagram. E contando.