Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Insulina em pílula pode se tornar novo tratamento para diabetes

Testes em camundongos mostram que a pílula poderá ser ainda mais eficiente que a injeção

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 16h43 - Publicado em 28 jun 2018, 12h35
  • Seguir materia Seguindo materia
  • De acordo com estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy Society (PNAS), pesquisadores estão trabalhando para criar uma pílula de insulina como alternativa para o tratamento do diabetes. O novo medicamento pode tornar obsoleto o regime diário de injeções e beneficiar milhões de pacientes que sofrem com a doença crônica. De acordo com o The Guardian, ainda não há disponibilidade para comercialização da medicação. Os testes estão sendo feito em animais.

    O atual tratamento para o diabetes tipo 1, no qual o pâncreas não produz insulina (hormônio crucial para regular os níveis de açúcar no sangue), acontece por meio de injeções diárias – normalmente aplicadas duas ou quatro vezes por dia. Já no caso do diabetes tipo 2, a insulina produzida pelo corpo é insuficiente ou o corpo não responde ao hormônio da maneira como deveria, por isso alguns pacientes também precisam utilizar as injeções para tratar a doença.

    Segundo Samir Mitragotri, coautor do estudo e professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o procedimento com injeções é invasivo e doloroso para os diabéticos, especialmente para os pacientes que sofrem do tipo 1 por causa de uma incompatibilidade com a insulina.

    Pílula de insulina

    Para criar a medicação alternativa contra o diabetes, os pesquisadores adotaram uma nova abordagem ao dispersar insulina em um líquido feito de dois componentes: a colina, nutriente que faz parte do complexo B de vitaminas, e o ácido gerânico, substância usada como tempero de alimentos. Durante os experimentos, a equipe colocou a mistura dentro de cápsulas feitas de um material capaz de suportar o poder de corrosão do suco gástrico e as injetou na garganta de seis ratos.

    As observações revelaram que os níveis de açúcar no sangue dos animais caíram rapidamente, atingindo nas duas primeiras horas cerca de 62% dos níveis iniciais e 55% em dez horas. Em contrapartida, quando a insulina foi oferecida em solução salina ou em cápsulas contendo colina ou ácido gerânico separadamente, notou-se pouco efeito nos níveis de glicose no sangue.

    Injeção é menos eficiente

    Os cientistas ainda realizaram testes com um quinto da dose de insulina em forma de injeção e os resultados mostraram que o nível de glicose no sangue dos camundongos diminuiu rapidamente para quase metade. No entanto, após quatro horas, o valor se aproximou do nível inicial. O principal autor do estudo explica que a aplicação de uma dose menor de insulina injetada foi dada porque não há barreira à entrada do hormônio na corrente sanguínea, ou seja, o valor menor não interferiu nos resultados.

    A eficiência da pílula em comparação com a injeção pode ser explicada pelo fato de que o líquido no qual a insulina foi dispersada impede que o hormônio seja decomposto por enzimas do sistema digestivo depois que a cápsula se dissolve.

    Essa técnica ajuda a substância a passar pela camada de muco do intestino, permitindo sua entrada nas células intestinais, o que ajuda a insulina a chegar até os vasos sanguíneos. “Como a pílula é capaz de fazer todas as três coisas que são as três principais barreiras para a entrega oral da medicação para o diabetes, ela é muito eficaz em aumentar a absorção de insulina”, disse Mitragotri ao The Guardian.

    Pílulas duram mais

    Ao contrário da soluções de insulina para injeções, que têm de ser refrigeradas e duram apenas algumas semanas, o líquido utilizado na pílula permanece estável por dois meses à temperatura ambiente e pelo menos quatro meses se refrigerada, o que pode melhorar o tempo útil do medicamento.

    Apesar dos resultados promissores, a nova medicação ainda precisa passar por ensaios clínicos, que só devem acontecer depois que testes em animais diabéticos mostrarem os mesmos efeitos (os camundongos que participaram do estudo eram não diabéticos). Por causa disso, a pílula pode levar anos para chegar ao mercado.

    Continua após a publicidade

    Além disso, alguns especialistas não têm certeza se a nova abordagem vai fornecer os níveis básicos de insulina exigidos pelos diabéticos tipo 1, ou se poderia ser usada para fornecer a quantidade de insulina necessária para os pacientes tipo 2.

    VEJA TAMBÉM

    Como levar uma vida saudável mesmo tendo diabetes

    José Loreto
    O ator José Loreto, que tem diabetes tipo 1 (Heitor Feitosa/VEJA.com)

     

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.