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Janssen negociou mais de 500 milhões de vacinas; Brasil está de fora

Mais de 6,6 milhões de brasileiros já foram imunizados com doses da vacina do Butantan e da Fiocruz

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 mar 2021, 18h20 - Publicado em 1 mar 2021, 18h55

A vacina contra Covid-19 da Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, é a primeira que confere proteção após apenas uma dose. O teste clínico fase 3 – do qual o Brasil participou – mostrou que o imunizante, que pode ser armazenado em temperatura normal, tem 66% de eficácia. Contra casos graves, a taxa sobe para 85%. A vacina está em utilização na África do Sul desde o dia 17 de fevereiro e espera-se que, em breve, comece a ser injetada na população americana.

A FDA, agência que regula medicamentos nos EUA, aprovou no último sábado, 27, o uso emergencial da vacina. Nesta segunda-feira, 1º de março, a empresa começou a distribuir o primeiro lote de cerca de 4 milhões de doses. “Achamos que, literalmente, nas próximas 24 a 48 horas, os americanos devem começar a receber as injeções”, disse Alex Gorsky, CEO e presidente do conselho da Johnson & Johnson, ao programa de televisão local The Today Show, da NBC.

Negociação da vacina contra Covid 19

De acordo com dados reunidos pelo Statista, até o dia 15 de fevereiro, a Janssen fechou acordos para a venda de 507 milhões de doses da vacina. A União Europeia, comprou 200 milhões de doses. A União Africana, organização internacional que promove a integração entre os países do continente africano, outras 120 milhões. Os Estados Unidos, 100 milhões. Outras nações adquiriram quantidades menores: Canadá (38 milhões de doses), Reino Unidos (30 milhões), Colômbia (9 milhões), Coreia do Sul (6 milhões), Chile (4 milhões) e Nova Zelândia (2 milhões). A empresa também fechou  acordo para o fornecimento de 500 milhões de doses para a Covax Facility, iniciativa da OMS para garantir o acesso igualitário às vacinas contra Covid-19.

Já o Brasil não tem nem previsão de comprar o imunizante. Em mais de uma ocasião o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o Brasil compraria a vacina da Janssen. Inclusive, havia um memorando de entendimento para a compra de 38 milhões de vacinas da Janssen. Destas, apenas 3 milhões chegariam no primeiro semestre, em meados de maio, segundo projeção de Pazuello. As demais seriam entregues até o fim do ano.

Imunização do Covid-19

O interesse pelo imunizante é alto devido a uma série de fatores: baixo custo – 10 dólares a dose (cerca de 56 reais) -, regime de administração em dose única e armazenamento em refrigerador comum. No entanto, a negociação não evoluiu, No dia 25 de fevereiro, o Ministério da Saúde pediu ao Palácio do Planalto ajuda nas negociações com a Janssen e com a Pfizer. De acordo com a pasta, as tratativas estão emperradas por falta de flexibilidade das empresas, que “fazem exigências que prejudicam interesses do Brasil e cederam pouquíssimo nisso, ao contrário de outros fornecedores”. O Congresso busca formas de destravar a compra das vacinas.

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Atualmente, o país dispõe de apenas dois imunizantes: a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, e a vacina de Oxford-AstraZeneca, distribuída pela Fiocruz. Ambas demandam a aplicação de duas doses para conferir proteção. Até esta segunda-feira, 1º de março, 6.694.446 de brasileiros foram imunizados. Destes, 1.978.973 já receberam a segunda dose.

Confira os números da vacinação nos estados e no país atualizados até as 18h desta segunda-feira, 1º de março:

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