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Jantar depois das 20 horas aumenta risco de obesidade, define estudo

Especialistas explicam que durante a noite grande parte das calorias ingeridas é armazenada em forma de gordura

Por Redação
Atualizado em 26 mar 2019, 19h09 - Publicado em 25 mar 2019, 17h28
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  • A obesidade é um problema de saúde pública que vem aumentando em todo o mundo. Entre as causas da doença estão fatores, como genética, doenças endócrinas, excesso de alimentação, falta de atividade física e problemas para dormir. Outra possível causa para o excesso de peso é o horário das refeições, especialmente as realizadas à noite, indica estudo preliminar apresentado neste fim de semana durante a ENDO 2019, uma conferência médica realizada nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, indivíduos que jantam tarde têm maior risco de apresentar níveis mais altos de gordura corporal e, consequentemente, maior índice de massa corporal (IMC) – fator de risco para a obesidade.

    Especialistas explicam que durante a noite o gasto de energia é menor e, portanto, grande parte das calorias ingeridas não é queimada, o que leva a seu armazenamento em forma de gordura. Por causa disso, recomenda-se que as refeições mais calóricas sejam feitas pela manhã e/ou pela tarde. “Quando você ingere mais calorias alimentares no início do dia, elas podem ser mais usadas para energia e menos armazenadas como gordura”, explicou Lona Sandon, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, em comunicado. Vale lembrar que a recomendação diária para ingestão de calorias é de 2.000, que devem ser distribuídas ao longo do dia. 

    Estudos anteriores já haviam feito associação similar, destacando que a ingestão alimentar feita após as 20 horas pode aumentar a probabilidade de desenvolver obesidade.

    O estudo

    Para chegar a esse resultado, a equipe da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, recrutou 31 pessoas (90% mulheres, com idade média de 36 anos) que estavam acima do peso ou obesas. Para avaliar o máximo de variáveis capazes de interferir nas descobertas, os pesquisadores recolheram informações sobre o sono, os níveis de atividade e a dieta dos participantes. Além disso, cada um dos voluntários recebeu equipamentos para monitorar o ciclo de sono e o tempo gasto em atividades físicas ou sedentárias. A ingestão alimentar foi monitorada através de um aplicativo de telefone que permitia aos participantes fotografar as refeições, o que ajudava a registrar os horários da alimentação. Os níveis de glicose no sangue também foram acompanhados.

    Os dados coletados mostraram que os participantes se alimentaram ao longo de onze horas (do acordar ao dormir), sendo a última refeição realizada por volta das 20 horas da noite. A partir dessas informações, os pesquisadores perceberam que aqueles que comiam no final do dia tinham IMC mais alto, assim como maiores níveis de gordura corporal. “Comer no fim do dia, mais à noite, parece estar ligado ao armazenamento de mais gordura corporal devido a diferenças hormonais a esta hora do dia”, explicou Lona.

    A equipe ainda descobriu que esses indivíduos tinham um média de sono de 7 horas por noite – o que pode descartar a ideia de que a falta de sono interfere no risco de apresentar excesso de peso (pelo menos nesses voluntários). Apesar dos resultados, os cientistas ressaltam que os achados são preliminares e, portanto, será necessário dar continuidade às investigações para entender os mecanismos que ligam o horário da refeição ao aumento do risco de obesidade.

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    Obesidade no Brasil

    Dados de 2018 do Ministério da Saúde indicam que 18,9% da população acima de 18 anos nas capitais brasileiras é obesa. O porcentual é 60,2% maior do que o obtido na primeira vez que o trabalho foi realizado, em 2006, quando essa parcela era de 11,8%. Esses números preocupam, já que um estudo do ano passado publicado no periódico Cancer Epidemmiology indicou que o Brasil terá 640.000 casos de câncer em 2025 – e quase 30.000 deles vão estar associados à obesidade.

    Para esses pesquisadores, o aumento da obesidade está associado à industrialização e ao alto consumo de alimentos processados. “A industrialização de sistemas alimentares mudou profundamente as culturas alimentares tradicionais, que eram geralmente compostas de alimentos frescos e minimamente processados”, escreveram no relatório. A sugestão para solucionar a questão, de acordo com eles, é adotar intervenções e políticas de saúde pública capazes de reduzir o problema a nível populacional.

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    Além disso, as novas descobertas apontam para outra possível solução: antecipar o horário do jantar e evitar ingerir muitas calorias antes de dormir.

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