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‘Maratonas de séries’ afetam a qualidade do sono

O hábito pode causar problemas como fadiga e a insônia mesmo em quem dorme o mínimo de horas recomendadas por noite

Por Da Redação
16 ago 2017, 18h35

Desde a popularização dos serviços de streaming, “maratonar seriados” – assistir a vários episódios de uma série de uma só vez – se tornou algo bastante comum. No entanto, de acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Clinical Sleep Medicine, a prática pode deixar as pessoas cada vez mais alertas, prejudicando a qualidade do sono.

Hábitos dos jovens

Para investigar os hábitos de entretenimento dos jovens e suas relações com o sono, pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, entrevistaram 423 pessoas entre os 18 e 25 anos, durante um mês, sobre o uso de dispositivos móveis, televisão e computador. A maioria dos estudantes, cerca de 80%, disse que já fez maratonas de séries, e 40% disseram ter feito recentemente, durante o próprio período de estudo – entre eles, 28% maratonaram mais de uma vez e 7%, quase todos os dias.

A respeito da frequência e duração dessas maratonas, os homens disseram fazê-las menos do que as mulheres, mas assistiam quase o dobro de episódios por sessão. Já sobre a qualidade do sono, os participantes dormiam, em média, sete horas e 37 minutos por noite – mesmo assim, os que costumavam fazer as maratonas com mais frequência mostraram maior cansaço e pior qualidade do sono comparados àqueles que não.

Estado de alerta

A razão para isso, segundo os pesquisadores, seria o estado de alerta causado pelos episódios, que continua mesmo após o fim da sessão e afeta o sono. “O enredo desses seriados tende a prender o espectador. Eles se envolvem intensamente com o conteúdo e podem continuar pensando na série quando decidem dormir”, disse Liese Exelmans, principal autora do estudo ao Daily Mail. 

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Muitas vezes essa vontade de continuar assistindo é intencional. Segundo os especialistas, as pessoas ficam tão absortas que não percebem que o “só mais um episódio” é repetido diversas vezes. “Isso atrasa o adormecer ou, em outras palavras, requer um período mais longo para ‘esfriar a mente’ antes de dormir, afetando o sono em geral”, explicou Liese. “Eles podem não querer assistir muito, mas acabam fazendo isso de qualquer maneira.”

Estudos anteriores

Pesquisas anteriores já mostraram os efeitos negativos do excesso de entretenimento visual na saúde mental e física. Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriram que adultos que assistem televisão demais têm menos força muscular.

Outro estudo, da Universidade de Toledo, na Espanha, sugeriu que assistir duas ou mais horas de TV por dia está associada a níveis mais altos de depressão, ansiedade e stress. No entanto, os pesquisadores não sabem explicar ao certo se é a depressão e a ansiedade que levam à compulsão ou o contrário.

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