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Máscaras e roupas que matam o coronavírus são vendidas no Brasil

Tecidos desenvolvidos no país conseguem inativar 99,9% de partículas virais

Por Da redação
Atualizado em 28 jul 2020, 17h00 - Publicado em 28 jul 2020, 12h23

O recente anúncio de uma máscara que elimina o coronavírus desenvolvida em Portugal e comercializada na Europa causou alvoroço. Mas o Brasil não está atrás no desenvolvimento desse tipo de tecnologia. Muito pelo contrário. Por aqui, diversas empresas já fabricam tecidos capazes de matar o vírus.

A empresa paulista Nanox, apoiada pelo pela Fapesp, desenvolveu um tecido com micropartículas de prata na superfície. Testes de laboratório mostraram que o material foi capaz de eliminar 99,9% da quantidade do vírus após dois minutos de contato.

Segundo informações da Agência Fapesp, os experimentos foram feitos duas vezes, em dias diferentes e por grupos diferentes de pesquisadores.  “A quantidade de vírus que colocamos nos tubos em contato com o tecido é muito superior à que uma máscara de proteção é exposta e, mesmo assim, o material foi capaz de eliminar o vírus com essa eficácia”, diz Lucio Freitas Junior, pesquisador do laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do ICB-USP, em entrevista à Agência Fapesp.

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O desenvolvimento do material teve a colaboração de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), da Universitat Jaume I, da Espanha, do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP e da Universidade Federal de São Carlos (UFScar).

A startup que já produzia tecidos que evitam a proliferação de fungos e bactérias. Segundo os desenvolvedores, a tecnologia deve ser utilizada na produção de máscaras de proteção e roupas hospitalares. Segundo informações da Agência Fapesp, os pesquisadores ainda estudam a duração do efeito antiviral do tecido. A ação antibacteriana e fungicida dura em torno de 30 lavagens. Estima-se que o mesmo valha para a proteção contra o novo coronavírus.

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A empresa Diklatex, de Joinville, desenvolvou um tecido semelhante em parceria com o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil por meio do Instituto Senai de Inovação em bossintéticos e fibras e à Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz. Segundo os pesquisadores, uma das formulações testadas conseguiu inativar 99,9% de partículas virais do novo coronavírus e dos vírus do sarampo e da caxumba. Contra o agente causador da covid-19, a inativação se concretizou em apenas um minuto após o contato do microorganismo com a máscara.

A ideia é usar os tecidos em itens hospitalares que poderão ser lavados e reutilizados, como máscaras e aventais, que requerem especificidades diferentes. Os testes demonstraram que a ação antiviral resiste a 25 lavagens caseiras.

Outras iniciativas

Algumas empresas já iniciaram a comercialização de produtos fabricados com tecidos antivirais. A marca de roupas Insider, conhecida por seus produtos antibacterianos e termorreguladores, fabrica camiseta e máscara antivirais. De acordo com o site da empresa, as duas peças são feitas com um tecido impregnado com íons de prata que promete desativar vírus e bactérias em sua superfície em até 15 minutos. A eficácia antiviral do tecido segue a norma ISO 18184, que regula produtos têxteis antivirais, e foi comprovada por testes realizados pela Unicamp.

A Malwee também lançou uma linha de máscaras e camisetas produzidas em tecido antiviral, antibacteriano e antifungos com capacidade de neutralizar o novo coronavírus. A tecnologia usada foi desenvolvida pela empresa de inovação têxtil suíça HeiQ e passou por testes realizados pelo Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade em Melbourne, na Austrália.

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A Lupo lançou máscaras com uma tecnologia bactericida e antiviral produzida com um fio de poliamida fabricado Rhodia. A empresa garante a eficácia contra vírus encapsulados, como é o caso do coronavírus.

A Santaconstancia também começou a fabricar tecidos com fios de poliamida antiviral e antibacteriana, desenvolvida pela Rhodia.  De acordo com a empresa, o ativo é permanente e não sai na lavagem. A expectativa é que 40% das vendas do produto sejam destinados ao setor de saúde e 60% para os demais segmentos de moda.

(Com Agência Brasil)

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