Médicos criticam proposta de plano de saúde popular do governo
O Conselho Federal de Medicina foi citado como participante do projeto, mas a entidade negou e reiterou críticas
O Conselho Federal de Medicina (CFM) criticou o projeto de plano de saúde popular enviado pelo governo à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde divulgou a proposta de criação de um novo formato de plano de saúde. “Para o CFM, a autorização de venda de planos populares apenas beneficiará os empresários da saúde suplementar e não solucionará os problemas do Sistema Único de Saúde (SUS)”, declarou o conselho em nota.
Na divulgação da proposta, o Ministério da Saúde havia afirmado que o CFM tinha feito parte da elaboração das propostas. Mas a afirmação foi negada pela entidade. “Vários convites foram encaminhados, mas todos foram recusados, pois o CFM não acredita na pertinência e na eficácia dessa proposta. Para o CFM, tais planos, limitados a consultas ambulatoriais e exames de menor complexidade, não evitarão a procura pela rede pública“.
Erro de digitação
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde disse ao G1 que a menção ao CFM teria sido um “erro de digitação” e que uma errata seria divulgada para esclarecer o assunto. A posição contrária da entidade já havia sido discutida no ano passado, quando o governo anunciou o projeto.
Com a recente citação, o CFM reiterou, em nota, sua defesa à adoção de medidas estruturantes, à valorização dos profissionais de medicina e ao aperfeiçoamento da gestão na própria rede de saúde pública. “Somente a adoção de medidas dessa magnitude será capaz de devolver à rede pública condições de oferecer, de forma universal, o acesso à assistência segundo parâmetros previstos na Constituição de 1988 e com pleno respeito à dignidade humana”, conclui o conselho.