Ministério da Saúde descarta cinco casos suspeitos de coronavírus no país
Pasta reforçou que Brasil não tem nenhuma ocorrência da doença, mas ressaltou que definição da OMS para classificar infectados é 'dinâmica'
O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira, 23, que já havia descartado quatro casos suspeitos de coronavírus no Brasil antes de também desconsiderar a ocorrência em Minas Gerais. Os casos surgiram nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal, e foram registradas entre os dias 18 e 21 de janeiro. Em pronunciamento nesta quinta, a pasta afirmou que nenhum dos pacientes que apresentaram sintomas suspeitos nessas regiões atendem às definições atuais de infecção por coronavírus da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A definição de caso da OMS é bem criteriosa e dinâmica”, disse Julio Croda, diretor do departamento de vigilância de doenças transmissíveis do ministério. “Atualmente não há nenhum caso suspeito de coronavírus no Brasil”, reforçou.
De acordo com o critério atual, a definição de caso por coronavírus se restringe à transmissão entre pessoas (familiares ou profissionais de saúde) que estiveram ou se encontram na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto. Os sintomas são febre e sintomas respiratórios, como tosse e dificuldades para respirar, apresentados em até duas semanas após a infecção.
Seis casos foram registrados em Xangai, de pessoas que estiveram em Wuhan. No caso da mulher brasileira, de 35 anos, que esteve em Xangai e voltou a Belo Horizonte, a suspeita foi descartada devido à falta de contato com infectados na China.
O representante do ministério da Saúde negou quaisquer atritos com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que informou na quarta-feira 22 a suspeita de infecção. “Muitas vezes a vigilância estadual se antecipa à definição de caso. Não existe problema em relação a isso”, minimizou.
Croda também antecipou que não prevê, por parte do ministério, nenhuma ação de prevenção ou alerta no país devido à falta de registros oficiais de casos suspeitos no Brasil. Sobre os aeroportos, afirmou que não haverá triagem de passageiros, apenas serão dadas orientações a quem chegar de Wuhan. Por fim, recomendou o reforço em medidas de higiene e disse que a pasta segue monitorando novas eventuais mudanças dos critérios da OMS sobre o surto.