Ministério da Saúde passará a testar casos leves de Covid-19
Metade dos testes aplicados no atendimento básico será do tipo RT-PCR e a outra metade será de testes de anticorpos
Nesta quarta-feira, 24, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação do programa de testagens para Covid-19. As novas diretrizes da pasta incluem a realização de testes em pacientes com sintomas leves da doença e deve chegar a 50 milhões de brasileiros. Atualmente, a testagem na rede pública de saúde está concentrada em pacientes internados por síndrome respiratória aguda grave (Srag).
“Junto à atenção básica, nos centros de atendimento de Covid, coletaremos 100% dos pacientes com síndrome gripal [caracterizada por febre, tosse, dor de garganta e coriza],nos demais serviços de saúde vamos coletar todos os casos de síndrome gripal”, explicou Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde.
Segundo Medeiros, metade dos novos testes aplicados serão do tipo RT-PCR e a outra metade de anticorpos. O RT-PCR é um exame mais preciso, indicado para diagnosticar uma infecção ativa, pois detecta a presença do vírus no organismo. Já os testes de rápidos identificam a presença de anticorpos contra o coronavírus e indicam se a pessoa já teve a infecção. As novas recomendações tem como foco os municípios do interior, que começam a registrar um aumento no número de casos de Covid-19.
Aceleração da epidemia
Após sugerir que o Brasil estava diante de uma estabilização do número de novos casos e óbitos por Covid-19, nesta quarta-feira, 24, o Ministério da Saúde admitiu que a epidemia ainda está em aceleração no país. “A gente tinha falado que parecia que a curva tenderia a certa estabilização, ou diminuição do número de casos. A gente vê que nesta semana tivemos aumento significativo de casos novos”, disse Arnaldo Correia, secretário de Vigilância em Saúde.
Não que os números estivessem diminuindo, mas o ritmo parecia estar menor. A percepção durou pouco tempo, pois na última semana epidemiológica analisada pelo Ministério, no período de 14 a 20 de junho, houve um aumento de 22% no número de novos casos da doença em relação à semana anterior. De acordo com a pasta, o aumento no número de casos aconteceu nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
“O inverno começou agora na região Sul, Sudeste e Centro-Oeste e coincidiu com o aumento no número de casos notificados e confirmados de Covid-19 nessas regiões. Então a gente imagina que, aliado a isso tudo, a transição epidemiológica está ocorrendo no Brasil, o que aumenta o alerta do Ministério da Saúde para os estados que ainda vivenciaram o que o Norte e Nordeste vivenciaram nos últimos meses que redobrem sua atenção e que a população busque se proteger o máximo possível”, afirmou Eduardo Macário, diretor do departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis.
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Clique e AssineNa semana epidemiológica 25 (de 14 a 20 de junho), a região Norte apresentou redução de 4% nos diagnósticos e 27% em novas mortes. No mesmo período, o Nordeste teve aumento de 14% nos casos, mas queda de 11% nos óbitos. Além disso, desde a semana epidemiológica 21, que se encerrou em 23 de maio, houve uma interiorização da epidemia, com redução de novos casos nas capitais e aumento no interior.
Tanto a aceleração da epidemia nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste quanto sua interiorização já eram previstas por especialistas. Esse é o curso de síndromes respiratórias causadas por outros vírus, como o influenza.