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Mpox: Europa emite alerta sobre ‘provável’ aumento de casos de nova variante

Caso importado registrado na Suécia foi o primeiro episódio fora da África, que enfrenta surto na República Democrática do Congo; subtipo é mais transmissível

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 ago 2024, 22h33 - Publicado em 16 ago 2024, 19h15

Após a confirmação do primeiro caso fora da África da nova variante de mpox —  zoonose viral que ficou conhecida como varíola dos macacosmonkeypox — na Suécia, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) aumentou sua avaliação de risco sobre a circulação do subtipo do vírus na Europa e informou que é “altamente provável” que a região registre mais episódios importados do clado que causa um surto na República Democrática do Congo. Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu retomar a emergência global por mpox em virtude do alastramento da doença diante de uma variante mais transmissível.

No comunicado, o CDC europeu solicitou que os membros da União Europeia comuniquem pessoas que vão visitar ou que estão retornando de áreas impactadas pelo surto sobre a circulação do novo clado, que inclui ainda Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. Apenas na República Democrática do Congo, foram notificados mais de 14.000 casos e 524 mortes neste ano.

“Devido aos laços estreitos entre a Europa e a África, devemos estar preparados para mais casos importados do clado I”, disse, em nota, Pamela Rendi-Wagner, diretora do ECDC.

Segundo a entidade, há risco moderado de infecção entre casos importados de mpox e seus contatos próximos, mas a “probabilidade de transmissão sustentada na Europa é baixa”. No entanto, o órgão destaca que esta avaliação só continuará vigente se os casos importados forem rapidamente diagnosticados e medidas de controle foram adotadas. O vírus é transmitido por contato da pele com as lesões que a doença causa e não apenas durante o ato sexual.

O primeiro caso da nova variante de mpox fora do continente africano foi registrado nesta quinta-feira, 15, na Suécia. De acordo com a Agência de Saúde Pública do país, uma pessoa foi infectada quando estava na África e buscou auxílio médico na capital, Estocolmo.

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O governo sueco informou que o paciente recebeu atendimento, mas não detalhou o seu estado de saúde.

Variante mais transmissível da mpox

Em evento para o anúncio do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) mpox implementado no Brasil, Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, informou que o clado que levou a OMS a declarar emergência global é mais transmissível.

“A cepa 1 da variante b, que surgiu no Congo, tem gerado maior preocupação e é a razão para esta nova declaração da OMS, por ter se mostrado mais transmissível. Mutações fizeram com que essa variante b causasse casos mais graves, inclusive em crianças, diferente do que observávamos anteriormente, onde os casos se concentravam em homens na faixa etária de 19 a 39 anos.”

Neste ano, a pasta recebeu 709 notificações da doença, das quais 85,9% ocorreram em pacientes do sexo masculino e 42,2% foram infecções em pessoas vivendo com HIV/aids. No pico da doença, em 2022, foram registrados mais de 10.000 casos. Ao todo, foram 16 mortes — a última registrada em abril do ano passado. Até o momento, o novo clado não foi registrado no Brasil.

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Entenda a mpox

Descoberta em 1958, a mpox chegou a ser chamada de varíola dos macacos por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.

Entre os sintomas, estão: febre, dores musculares e linfonodos inchados (leia mais abaixo). A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. A doença é endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.

Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte que ocorreram em 2022 demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. A OMS alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.

Sintomas de mpox

  • Erupções cutâneas ou lesões de pele
  • Adenomegalia – linfonodos inchados (ínguas)
  • Febre
  • Dores no corpo
  • Dor de cabeça
  • Calafrio
  • Fraqueza

Fonte: Ministério da Saúde

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