Mulher, contracepção e falta de informação
Enquanto os métodos tradicionais, pílula e camisinha, são os mais conhecidos, os de longa duração são deixados de lado – mesmo sendo mais eficazes
Ainda que de responsabilidade mútua, a contracepção, na maioria das vezes, fica a cargo da mulher e, de acordo com uma pesquisa realizada no primeiro semestre de 2021 pelo Instituto Ipsos, por encomenda da farmacêutica Organon, 58% das brasileiras adotam a pílula como método contraceptivo. Depois, estão o preservativo (43%), o DIU de cobre (8%) e a injeção mensal (6%). Ainda assim, 43% das mulheres do país desejam saber mais sobre as opções e suas diferenças.
“Em nossas pesquisas, notamos que as mulheres sabem bem a função e a importância dos métodos contraceptivos, mas têm pouco conhecimento sobre eles. Na maioria das vezes, usam os mais difundidos – não por escolha, mas por não conhecerem outras opções que, muitas vezes, poderiam ser ainda mais adequadas para elas”, afirma Ricardo Lourenço, presidente da Organon Brasil. E esse cenário é uma realidade em todas as classes sociais e regiões do país. De acordo com estudo feito pela B2Mamy, os contraceptivos mais conhecidos – tanto da classe A e B quanto C e D – são a camisinha e a pílula anticoncepcional.
Entre os métodos de longa duração estão o dispositivo intrauterino e o implante subdérmico. Enquanto o DIU de cobre (sem hormônio) reduz a mobilidade dos espermatozoides de modo a não alcançar o óvulo, o DIU que contém levonorgestrel age espessando o muco no colo do útero, dificultando a entrada deles. Já o implante libera um progestágeno que impede a ovulação. Este, apesar de pouco falado, é o anticoncepcional com a menor taxa de falha – inclusive comparando com laqueadura ou vasectomia!
Para Ricardo, o maior motivo para esse cenário é a falta de informação de qualidade. “E isso acontece em diversos níveis, desde a educação escolar até o consultório médico. Além disso, é importante facilitar o acesso às mais diferentes soluções também pelo SUS”, afirma.
Jornada da fertilidade
Para entender as necessidades das mulheres, a Organon investigou a jornada da fertilidade e identificou dois perfis de mulheres: as casadas e sem filhos, que buscam tratamento para engravidar; e as solteiras, que congelam óvulos pensando no futuro. “No geral, acredita-se que basta interromper o uso do contraceptivo para engravidar, mas é importante falar sobre as possíveis barreiras que podem surgir”, diz Ricardo.
Segundo o estudo, o fertileuta só é acionado para tratamentos de alta complexidade, quando todos os métodos naturais falharam, o que causa muita frustração e desgaste para as mulheres, que relatam, ainda, muita solidão. “Por isso, é tão importante disseminar informação”, reforça o presidente da Organon Brasil.