Pesquisadores da Universidade de Nanjing, na China, produziram um novo medicamento que pode agir contra a depressão em até duas horas, de acordo com um estudo em camundongos. As descobertas abrem mais um caminho para o desenvolvimento de uma nova classe de terapias para a depressão e outros transtornos de humor difíceis de tratar.
A depressão é um mal reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e, atualmente, é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. A maioria dos antidepressivos atuais tem como alvo o transportador de serotonina (SERT). No entanto, esses medicamentos são limitados, levam até 4 semanas para fazer efeito e podem ter efeitos colaterais negativos, incluindo suicídio. Além disso, apenas uma parte das pessoas que os tomam, se recuperam da depressão após o tratamento.
Embora a cetamina tenha sido explorada como alternativa, as potenciais propriedades viciantes da droga e o risco de esquizofrenia levantaram preocupações. Assim, houve a necessidade de buscar novos alvos antidepressivos de ação rápida e compostos, sem essas desvantagens.
Projetado para ser um antidepressivo de início rápido que funciona interrompendo a interação entre a SERT e outra enzima, os pesquisadores liderados pelo autor do estudo, Nan Sun, descobriram que, no cérebro de camundongos, a droga foi capaz de reduzir a serotonina em uma região chamada núcleo dorsal da rafe, o que fez aumentar a atividade do neurônio serotoninérgico e promoveu, drasticamente, a liberação de serotonina no córtex pré-frontal medial. Os efeitos puderam ser vistos apenas 2 horas após a aplicação, sem efeitos colaterais.
A equipe agora busca avançar com os testes em humanos.