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Novo tratamento para dermatite atópica é liberado para jovens e adultos

Medicamento oral pode ser usado por pacientes com mais de 12 anos para tratar doença inflamatória que causa coceira e lesões na pele

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 jun 2023, 18h46 - Publicado em 27 jun 2023, 18h21
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  • A farmacêutica Pfizer anunciou que seu medicamento para dermatite atópica, doença inflamatória crônica que causa coceira e lesões avermelhadas, recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta segunda-feira, 26, para uso em casos moderados a graves da condição em pacientes com mais de 12 anos. A droga abrocitinibe (de nome comercial Cibinqo) poderá ser indicada para jovens e adultos que necessitam fazer uso de alguma terapia além dos cremes e pomadas para controlar os sintomas da condição.

    Segundo a farmacêutica, o medicamento é um inibidor da proteína intracelular janus quinase, também chamada de JAK, que está ligada ao processo inflamatório presente na doença. A coceira intensa e as manchas avermelhadas que podem tomar mais da metade da pele do corpo não são os únicos sintomas dessa condição que afeta principalmente crianças – a estimativa é de que 25% da população infantil e 7% dos adultos tenham dermatite atópica, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

    Nas regiões afetadas, é comum notar a pele mais áspera e ressecada, o que pode desencadear descamações e, posteriormente, favorecer infecções por bactérias, causadas às vezes pelo ato de coçar. Quem vive com o quadro moderado a grave tende a apresentar problemas respiratórios, como asma e rinite alérgica. E o índice é alto: pode chegar a 72%.

    “Estamos falando de uma doença subestimada, que vai muito além das lesões de pele. É uma doença crônica e multifatorial, que envolve aspectos genéticos, ambientais e imunológicos, podendo causar dor, desconforto e angústia, com prejuízos não apenas físicos, mas também para o bem-estar emocional do paciente”, explica Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil. “Em outra frente, muitos pacientes relatam situações de preconceito e exclusão por causa das lesões, inclusive no trabalho ou na escola, o que pode afetar o desempenho e, até mesmo, colaborar para a evasão escolar”, completa. É importante saber que a doença não é contagiosa.

    Nas crianças, há ainda o problema de a doença impactar no sono, quadro que afeta até 60% dos pacientes. O resultado é que os pequenos podem ficar desatentos e sonolentos, o que pode causar queda no rendimento escolar.

    Em testes com 1,6 mil pacientes, o medicamento oral administrado em uma dose diária apresentou segurança e eficácia, bem como alívio da coceira um dia depois do início do tratamento. O remédio já foi aprovado nos Estados Unidos, países da União Europeia e Japão. Segundo a Pfizer, o fármaco será submetido ao processo de definição de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

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