A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta terça-feira, 7, que o número de novos casos de tuberculose chegou a 7,5 milhões em 2022, o maior registro de diagnósticos em um ano desde que as notificações começaram a ser notificadas, em 1995. De acordo com o relatório, divulgado anualmente, isso reflete a “recuperação mundial significativa na expansão dos serviços de diagnóstico e tratamento” da doença, que sofreram grande redução durante a pandemia de Covid-19.
“O aumento é atribuído à boa recuperação no acesso e na prestação de serviços de saúde em muitos países”, diz a OMS, em nota. “A Índia, a Indonésia e as Filipinas, que em conjunto representaram mais de 60% das reduções globais no número de pessoas recentemente diagnosticadas com tuberculose em 2020 e 2021, se recuperaram para níveis superiores a 2019.”
Em 2019, o total de diagnósticos chegou a 7,1 milhões, mas em 2020 e 2021 esse número caiu para 5,8 e 6,4 milhões, respectivamente, o que preocupou as autoridades. A redução nos diagnósticos teria sido causada pela pressão provocada pela Covid-19.
Apesar do aumento, os casos ainda são subnotificados. A OMS estima que 10,6 milhões de pessoas tenham sido infectadas, 410 mil tenham desenvolvido a forma multirresistente da doença e que 1,3 milhão tenham morrido por essa causa – 167 mil apenas entre pessoas com HIV. O relatório revela ainda que a tuberculose foi a segunda doença infecciosa que mais matou em todo mundo e esteve entre as principais relacionadas à resistência microbiana.
Os números são alarmantes, mas os esforços globais de combate tem gerado resultado. Segundo a OMS, os pacientes com a forma resistente tiveram uma taxa de sucesso no tratamento que chegou a 63% mundialmente e o numero de mortes apresentou redução em comparação com 2021, quando 1,4 milhão foram vitimados. Desde o ano 2000, 75 milhões de vidas foram salvas.