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O consumo diário de bebidas alcoólicas pode tirar até cinco anos de vida

As doenças associadas são acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, pressão alta e aneurisma aórtico. Foram analisadas cerca de 600 mil pessoas

Por Da Redação
Atualizado em 13 abr 2018, 17h53 - Publicado em 13 abr 2018, 17h46
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  • Os adeptos ao happy hour ficarão decepcionados: segundo nova pesquisa, consumir bebida alcoólica diariamente pode encurtar a expectativa de vida. O estudo, realizado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriu que beber mais de 100 gramas de álcool por semana – cerca de seis ou sete copos  – aumenta o risco de morte por diversas causas.

    Antes que você comece a questionar os resultados, saiba que não foi apenas um estudo, mas cerca de 83 deles, realizados em 19 países.

    Beba menos, viva mais!

    Os pesquisadores exploraram as ligações entre o consumo de álcool e o risco de diferentes tipos de doenças cardiovasculares. As pessoas que bebiam mais apresentaram maior taxa de risco de sofrer acidente vascular cerebral (14%), insuficiência cardíaca (9%), doença hipertensiva (24%) e aneurisma aórtico – consequência de inchaço em artérias ou veias – (15%). Foram analisados os hábitos de consumo de quase 600 mil pessoas; 50% delas relataram beber mais de 100 gramas de álcool por semana. Para que o resultado fosse o mais preciso possível, também foram avaliados dados sobre idade, sexo, risco de  diabetes, uso de cigarro e outros fatores relacionados a doenças cardiovasculares.

    Os cientistas chegaram a conclusão de que beber de 100 a 200 gramas de álcool por semana encurta o tempo de vida de uma pessoa de 40 anos em seis meses. Pessoas da mesma faixa etária que ingerem de 200 a 350 gramas por semana podem perder um ou dois anos de vida, e quem ultrapassa as 350 gramas semanais reduz em quatro ou cinco anos a expectativa de vida.

    Apesar da informação alarmante, níveis mais elevados de álcool já foram associados a um menor risco de ataque cardíaco ou infarto do miocárdio. No entanto, esse benefício foi descartado pelo risco maior de outras formas da doença, como explica a líder da pesquisa. “O consumo de álcool está associado a um risco ligeiramente menor de ataques cardíacos não fatais, mas isso deve ser equilibrado com o maior risco associado a outras doenças cardiovasculares graves – e potencialmente fatais”,  disse em comunicado.

    Os autores ainda sugerem que o risco variável de diferentes formas de doença cardiovascular pode estar relacionado ao impacto do álcool sobre a pressão sanguínea e outros fatores ligados aos níveis de HDL, mais conhecido como bom colesterol. Para Dan G. Blazer, co-autor do estudo, os resultados mostram que o consumo de álcool em níveis considerados “seguros” estão, na verdade, ligados a menor expectativa de vida e diversos prejuízos à saúde.

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    Outro ponto apontado por cientistas que investigam o assunto é a necessidade de definir diretrizes de consumo de bebidas alcoólicas, especialmente entre os baby boomers – pessoas entre 50 e 70 anos -, faixa etária em maior risco de abuso de álcool. “O risco à saúde associado ao consumo de álcool pode variar entre países dependendo de outras condições, como por exemplo, taxas de tabagismo, obesidade ou a prevalência de outras doenças. Por isso, é preciso definir diretrizes de consumo específicas para cada país”, comentou Pietra Meier, professora de saúde pública da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.

    Também da Universidade de Sheffield, Tim Chico, professor de medicina cardiovascular e cardiologista, disse que é difícil estimar com precisão os riscos do álcool para a saúde, mas grandeza do estudo tornam as conclusões confiáveis e aplicáveis aos países ao redor do mundo. “Este estudo deixa claro que, no geral, não há benefícios para a saúde pelo consumo de álcool. O papel dos médicos e cientistas é explicar as evidências da forma mais clara possível, a fim de permitir que as pessoas tomem suas próprias decisões com as informações que têm”, ressaltou.

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