OMS considera mudança de nome da varíola dos macacos
Processo para nova nomenclatura foi aberto por Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus, responsável por nomeação de vírus
O Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quarta-feira, 15, que a mudança de nome da varíola dos macacos (monkeypox, em inglês) está sendo considerada e que um processo para reconsiderar a nomenclatura já foi aberto pelo Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), responsável por procedimentos dessa natureza. Segundo a entidade, a alteração teria como objetivo seguir as “práticas atuais na nomeação de doenças”.
Em uma cartilha de 2015, a OMS explica que os nomes dados às doenças devem minimizar impactos negativos para viagens, turismo, comércio ou bem-estar animal e “evitar ofender qualquer cultura, grupos sociais, nacionais, regionais, profissionais ou étnicos”.
De acordo com a entidade, o nome varíola dos macacos foi dado antes do estabelecimento desses critérios. Como a doença já existe, a mudança também levaria em consideração a classificação internacional de doenças (CID-11). A OMS informou que o processo vai continuar sendo liderado pelo ICTV, que trabalha na reconsideração de nomenclatura de “todas as espécies de ortopoxvírus”.
Sobre renomear os ramos do vírus, também chamados de clados, a OMS disse que discute o tema com especialistas e grupos técnicos consultivos em poxvirologia e evolução viral. Atualmente, a referência é feita citando a África Ocidental e a Bacia do Congo. “Isso incluirá consultas com o Comitê Consultivo da OMS para Pesquisa do Vírus da Varíola”, informou, em nota.
Descoberta em 1958, a varíola dos macacos recebeu este nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles. Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. A doença é endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do atual surto demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.