Testes em laboratório indicam que o molnupiravir, medicamento oral experimental contra Covid-19 desenvolvido pela MSD, funciona contra as novas variantes do coronavírus, inclusive a delta, disse a empresa nesta quarta-feira, 29. O medicamento, considerado um dos mais promissores para impedir a transmissão e o desenvolvimento de sintomas da doença, está em fase 3 de testes clínicos tanto para tratamento quanto para prevenção dos sintomas da Covid-19. A previsão é que o estudo acabe em novembro. Resultados preliminares são esperados ainda este ano.
Mas os experimentos que mostraram o potencial do tratamento contra as novas variantes em circulação não foram realizados em humanos e sim em laboratório, analisado apenas quanto à sua capacidade de prevenir o crescimento do vírus nas células. Apesar dos resultados serem preliminares, Jay Grobler, diretor executivo de doenças infecciosas e vacinas da Merck disse nesta quarta-feira, 29, durante a IDWeek, reunião anual de várias organizações de doenças infecciosas, incluindo a Infectious Diseases Society of America, que acredita que os resultados serão semelhantes em pessoas com Covid-19. Segundo ele, “o molnupiravir é igualmente ativo em todas as variantes que examinamos” e as variantes testadas pela empresa são representativas daquelas circulando pelo globo. Apenas a variante mu, recém-descoberta, não foi avaliada.
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Ao contrário das vacinas, que têm como alvo a proteína spike, utilizada pelo vírus para entrar nas células, o molnupiravir age em outro mecanismo do vírus. Ele afeta a polimerase viral, uma enzima necessária para a replicação viral, de forma a impedir que ele crie mais cópias de si mesmo. De acordo com a MSD, dados preliminares indicam que a droga é mais eficaz quando administrada no início do curso da infecção.
Apesar do avanço na campanha de vacinação, que nesta quarta-feira, 29, atingiu 71,66% da população brasileira com ao menos uma dose e 42,56% com esquema vacinal completo, o desenvolvimento de antivirais orais eficazes é um ponto fundamental para controlar a pandemia no longo prazo e evitar mais hospitalizações e mortes pela doença que, por algum motivo, não puderam ser prevenidas pelos imunizantes.
Confira o avanço da vacinação no Brasil: