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Poluição pode elevar o risco de crianças nascerem com paralisia cerebral

Exposição a altos níveis de um poluente na atmosfera durante a gravidez comprometeriam desenvolvimento neurológico dos bebês, sugere estudo

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jul 2024, 15h46 - Publicado em 15 jul 2024, 10h43
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  • A exposição a altos níveis de um tipo específico de poluente durante a gravidez pode aumentar o risco de bebês nascerem com paralisia cerebral, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica JAMA Network Open.

    Foram analisados dados de gravidez e nascimento de mais de 1,5 milhão de mães e filhos da província de Ontário, no Canadá, de 2002 a 2017.  E a conclusão é que a exposição à poluição do ar, mais especificamente a partículas muito pequenas, rotuladas de PM 2.5, está associada a um risco maior de desenvolver a condição.

    Os pesquisadores sugerem que a exposição a PM 2.5 durante a gestação pode promover inflamação e impactar o desenvolvimento cerebral fetal, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar os achados.

    Essas partículas podem ser emitidas de várias fontes, como escapamentos de veículos, fábricas, queima de carvão e madeira e até mesmo de algumas atividades agrícolas. A poluição por PM 2.5 é um problema comum em áreas urbanas e industriais, onde a atividade humana gera uma quantidade significativa desses elementos no ar.

    Resultados e implicações do estudo

    A equipe coletou dados semanais médios de concentração de PM 2.5, dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3) dos locais onde viviam os participantes usando estimativas baseadas em satélites e sistemas de monitoramento em nível do solo. Além disso, foram coletadas informações sobre o número de crianças diagnosticadas com paralisia cerebral. Das crianças nascidas durante o período do estudo, 3.170 apresentaram a condição. Além disso, os bebês do sexo masculino encaravam um risco ligeiramente maior do que os bebês do sexo feminino.

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    O estudo não encontrou associações entre paralisia cerebral e exposição ao NO2 e O3 durante a gravidez. Também não foi possível identificar um período específico da gestação em que o PM 2.5 seria mais impactante.

    Embora os resultados não provem categoricamente que a poluição do ar cause paralisia cerebral, os pesquisadores sugerem que a exposição ao PM 2.5 durante a gestação é algo preocupante. Estudos anteriores também revelaram associações entre a exposição pré-natal à substância e outras condições neurológicas, como transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

    A implementação de medidas para controlar e reduzir a emissão de PM 2.5 pode se revelar, assim, crucial em termos de saúde pública. Um plano de ação, encabeçado por políticas governamentais, deveria incluir promoção do transporte público, regulamentação de emissões de gases e fontes de energia mais limpas, além de aconselhamento para gestantes a fim de minimizar sua exposição a poluentes. 

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