Pomada capilar causa 250 casos de lesões nos olhos no Rio
Secretaria de Saúde divulgou balanço de atendimentos oftalmológicos dos dias 25 e 26; produto pode causar cegueira temporária
As pomadas modeladoras, usadas para trançar os cabelos e fixar penteados, voltaram a causar episódios de lesões nos olhos e levaram 250 pessoas à emergência oftalmológica de um hospital na capital fluminense nos dias 25 e 26, segundo balanço divulgado pela Secretária Municipal de Saúde nesta quarta-feira, 27. Em fevereiro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a proibir a comercialização do produto, que pode levar a casos de cegueira temporária
De acordo com a secretaria, adultos, adolescentes e até crianças deram entrada na emergência do Hospital Souza Aguiar com queimaduras na córnea. Eles aplicaram a pomada para a festa do Natal e tiveram os olhos atingidos durante a lavagem dos cabelos. O produto também pode ter escorrido em banhos de mar ou de piscina.
Entre os sintomas de lesões nas córneas, estão: dor, irritação e inchaço nos olhos, visão turva e cegueira temporária.” A maioria dos pacientes apresenta uma conjuntivite ou ceratite química causadas pelo contato com a pomada. E, quanto maior a quantidade do produto que escorre para os olhos, mais grave pode ser a lesão. Alguns estão chegando com muito inchaço nos olhos e sem conseguir enxergar, tendo que ser guiados por acompanhantes. São quadros considerados bem graves”, disse, em nota, Paula Travassos, diretora do Hospital Souza Aguiar.
Ela alerta que a situação pode piorar no Ano Novo. “Sabemos que muitas pessoas terminam a noite mergulhando no mar. E ainda temos previsão de chuva para a tarde do dia 31. Quem tiver usado essas pomadas e se molhar, também correrá o risco da água da chuva com o produto químico escorrer para os olhos.”
Qual o histórico?
O levantamento apontou que 83 atendimentos foram realizados no dia 25. No dia seguinte, foram 167. Em ocasiões normais, são feitos em torno de 70 atendimentos diários na emergência oftalmológica do hospital.
Órgãos da Vigilância Sanitária e em Saúde iniciaram uma apuração para identificar as marcas utilizadas, bem como os salões onde os penteados foram feitos e estabelecimentos que venderam as pomadas. O objetivo é verificar se os cosméticos integram a lista de produtos liberados pela Anvisa. Eles podem ser consultados aqui.