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Preços de exames laboratoriais podem variar 1300%

Segundo pesquisa, entre as variações mais altas estão exames de colesterol, hemograma e hepatite C, considerados de baixa complexidade

Por Letícia Passos
17 abr 2019, 15h17

Os custos de exames laboratoriais, incluindo de imagens e análises clínicas, podem variar mais de 1.300%, considerando o tipo de exame e o prestador escolhido, aponta levantamento realizado pela corretora It’sSeg. Os dados revelam que o exame de colesterol apresenta o maior índice de variação (1.309,42%), sendo 5 reais o menor preço registrado, enquanto o maior chegou a 131 reais. Outros exames que mostraram altas oscilações foram hemograma (537,5%), hepatite C (153,92%), tomografia computadorizada (153%) e ressonância magnética (74,9%). 

A justificativa para a diferença nos valores está relacionada a qualidade do serviço, localização do laboratório, eficiência e comodidade no atendimento, investimento tecnológico e até mesmo a importância da marca. “É difícil compreender porque há tanta disparidade nos custos de alguns exames, mas é certo que nenhuma tecnologia, facilidade ou comodidade justifica essa variação”, comentou Thomaz Menezes, presidente da It’sSeg.

Para ele, não existe uma fórmula mágica capaz de resolver todas as questões envolvidas nessas oscilações, mas a sugestão para o paciente é optar pelo clínico geral ou médico de família antes de procurar um especialista – que custa mais caro e solicita exames mais complexos e custosos. Recomenda-se também sempre guardar os resultados dos exames antigos para que possam ser apresentados novamente em caso de troca de médico ou encaminhamento.

Menezes ainda destaca a importância de consultas mais longas para que o profissional de saúde entenda melhor os sintomas do paciente antes de pedir exames que poderiam não ser necessários. “É preciso conscientizar o consumidor de que ele também tem que estar atento ao excesso de pedidos de exames”, disse.

Os custos

O levantamento, realizado entre agosto de 2015 e julho de 2018, investigou 113 laboratórios e descobriu que tanto exames simples como os de alta complexidade sofrem grandes variações nos custos, dependendo do prestador. Além das aferições de colesterol, o hemograma é outro exame de baixa complexidade que apresenta grandes diferenças nos valores: o menor preço registrado foi 10,76 reais; já o mais alto pode chegar a 97 reais, correspondendo a uma variação de 537,5%. No caso dos exames para hepatite C, o valor mínimo é de 73 reais, mas há prestador que cobra 230 reais pelo exame, números que representam uma diferença de 153,92%. 

Os exames de alta complexidade, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, também mostraram oscilação no preço, embora relativamente menor em comparação com análises mais simples. A tomografia de diversas estruturas e membros variou em 153%, ficando entre 346 reais e 907 reais. Os preços da ressonância magnética variaram de 695 reais a 1.440, dependendo do laboratório. Somente a ressonância do crânio tem variação menor em relação a de outras partes do corpo, ainda que os valores praticados sejam mais altos (entre 695 reais e 1.300 reais). 

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Plano de saúde x Particular

Para quem usufrui de plano de saúde, seja corporativo ou particular, essa variação pode parecer inofensiva. No entanto, a escolha de laboratórios com preços mais elevados reflete no reajuste anual, deixando o plano cada vez mais caro. Por causa disso, é necessário ser mais cuidadoso com os custos. “Todos queremos viver mais, por isso, o nosso desafio é realizar os cuidados de saúde de maneira consciente porque isso tem um preço. Achamos que o gasto é para a seguradora, mas na verdade sai do nosso bolso”, alerta Menezes.

Quando o plano de saúde não é uma opção viável, optar por consultas e exames particulares é a única solução. Para evitar preços abusivos, a recomendação é fazer uma pesquisa minuciosa entre os prestadores antes de agendar o exame. Esse hábito também pode ser adotado por quem tem plano de saúde para ajudar no controle de custos.

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