Estamos vivendo a Quarta Revolução Industrial, uma expressão que engloba algumas tecnologias para automação e troca de dados. As consequências de tais mudanças na jornada do trabalhador podem contribuir para o esgotamento e a incivilidade, de acordo com pesquisa publicada pela American Psychological Association. Mas técnicas de autoafirmação podem ajudar a aliviar o medo de ser substituído por essas máquinas.
Os pesquisadores descobriram que os trabalhadores nos Estados Unidos e em partes da Ásia sentem insegurança no emprego por causa dos robôs, mesmo em indústrias onde os robôs não estão sendo usados, mostrando que esses medos podem não ser justificados, disse o autor Kai Chi Yam, professor de administração na Universidade Nacional de Singapura.
“Alguns economistas teorizam que os robôs são mais propensos a assumir empregos de colarinho azul mais rapidamente do que empregos de colarinho branco”, afirmou Yam. “No entanto, parece que os robôs ainda não estão assumindo tantos empregos, pelo menos não nos Estados Unidos, então, muitos desses medos são bastante subjetivos”.
Para contra-atacar tais problemas, os pesquisadores acompanharam 400 participantes que fizeram um experimento online com exercícios de autoafirmação, onde as pessoas são encorajadas a pensar positivamente sobre si mesmas e suas características exclusivamente humanas. A equipe de Yam percebeu que, ao escreverem sobre características ou valores que eram importantes, como amigos e familiares, senso de humor ou atletismo, os voluntários estavam superestimando as capacidades dos robôs e subestimando suas próprias capacidades.
Esses sentimentos estão atrelados à insegurança no trabalho com robôs, algo muito comum. Os pesquisadores analisaram dados sobre a prevalência de robôs em 185 áreas metropolitanas dos Estados Unidos, juntamente com o uso geral de sites populares de recrutamento de empregos nessas áreas, como LinkedIn e Indeed. As áreas com as taxas mais prevalentes de robôs também tiveram as maiores taxas de buscas em sites de recrutamento de emprego, embora as taxas de desemprego não fossem mais altas nessas áreas. Os cientistas observaram ainda dados de Singapura, Índia e Taiwan.
Concluiu-se, então, que as pessoas nessas áreas podem ter se sentido mais inseguras no emprego por causa dos robôs, mas que deve haver outras razões, como pessoas buscando novas carreiras ou se sentindo insatisfeitas com seus empregos atuais.