Primeiro lote de matéria-prima para vacinas de Oxford chega ao Brasil
Fiocruz aguarda mais duas entregas de insumos que serão base para 15 milhões de doses do imunizante
Chegou na tarde deste sábado, 6, ao aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, o primeiro lote de matéria-prima para produção da vacina feita em parceria entre a Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca. São 90 litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), transportados a uma temperatura de 55 graus negativos, que devem produzir 2,8 milhões de doses do imunizante, segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela operacionalização do antígeno no Brasil.
Mais duas entregas vindas de Xangai, na China, estão previstas para este mês. A partir do recebimento dos insumos, a previsão é que a Fiocruz disponibilize ao Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde 15 milhões de doses da vacina até março.
Histórico – Um montante de dois milhões de ampolas do fármaco de Oxford havia sido importado da Índia após atrasos burocráticos. A iniciativa era uma resposta do governo Bolsonaro ao fato de o governador de São Paulo João Dória (PSDB) ter saído na frente no embate político contra o governo federal e vacinado, em 17 de janeiro, a primeira brasileira na pandemia, a enfermeira Monica Calazans, instantes após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado o uso emergencial da CoronaVac.
O governo de São Paulo também informou neste sábado, 6, que começou a produção de 8,6 milhões de novas doses da CoronaVac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan e desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac. Os 5.400 litros de insumos para a vacina chegaram da China na noite de quarta-feira, 3, e passam agora por processos de envase, rotulagem e inspeção das ampolas antes de serem distribuídos. De acordo com o Butantan, a previsão é de que essas doses estejam disponíveis a partir do dia 23 de fevereiro. Um novo lote do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) deve desembarcar no Brasil na próxima quarta-feira. Com ele, serão desenvolvidas mais 8,7 milhões de doses. Até o momento, a CoronaVac é a principal vacina anti-Covid utilizada em território nacional. Até esta sexta-feira 5, 9,8 milhões de doses já haviam sido disponibilizadas para o PNI.
O PNI estabelece que 100 milhões de doses serão fornecidas pelo Butantan aos brasileiros, 100,4 milhões de doses da vacina da Fiocruz até junho e em torno de 110 milhões de ampolas da Covishield, de produção nacional, entre agosto e dezembro. Há memorandos de entendimento, que não significam obrigatoriedade de compra, das vacinas na Janssen (38 milhões de doses), Pfizer (70 milhões), Bharat Biotech, Moderna e do Instituto Gamaleya, da Rússia. A vacina do Gamaleya, a Sputnik V, cuja eficácia ultrapassou a casa dos 91%, levou a Anvisa a alterar as regras para aprovação de imunizantes no Brasil e dispensou a obrigatoriedade de se realizar, em território nacional, a fase três de estudos clínicos, quando um grande número de voluntários testa a eficácia e a segurança do fármaco.
Confira os números da vacinação nos estados e no país atualizados de segunda a sexta.