A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, emitiu um alerta nesta terça-feira, 16, sobre episódios de reações adversas de pacientes submetidos a procedimentos estéticos com Botox falsificado. A versão adulterada da toxina botulínica causou episódios de visão turva, falta de ar e até hospitalizações, segundo a agência.
O órgão informou que encontrou o produto irregular em “vários estados” e iniciou, junto à fabricante AbbVie, um trabalho “para identificar, investigar e remover produtos suspeitos de falsificação” no país. Departamentos estaduais de saúde e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também estão dando suporte às apurações.
De acordo com a agência de notícias Reuters, os eventos adversos foram relatados nos estados do Colorado, Flórida, Illinois, Kentucky, Nebraska, Nova Jersey, Nova York, Tennessee e Washington.
O alerta, direcionado a profissionais de saúde e consumidores, traz informações sobre o lote, embalagem e demais detalhes que diferem do Botox original, como uso de outro idioma, quando deveria estar em inglês, quantidade incorreta de doses por frasco e ingrediente ativo errado, identificado como “Toxina Botulínica Tipo A”. No produto autêntico, a dosagem é de 50, 100 e 200 unidades e o princípio ativo é a OnabotulinumtoxinA.
Eventos adversos
Segundo a FDA, os pacientes que apresentaram reações manifestaram visão turva ou dupla, dificuldade em engolir, boca seca, prisão de ventre, incontinência, falta de ar, fraqueza e dificuldade em levantar a cabeça após a aplicação da toxina botulínica.
“Esses sintomas são semelhantes aos observados quando a toxina botulínica se espalha para outras partes do corpo”, informou, em nota, o órgão. O Botox é usado em procedimentos estéticos para atenuar linhas de expressão no rosto e age impedindo a contração muscular.
A agência informou que a aplicação do Botox falsificado ocorreu tanto em clínicas licenciadas e por profissionais habilitados quanto em ambientes que não tinham autorização e por pessoas que não tinham licença para prática dos procedimentos. No entanto, as investigações indicam que os produtos foram adquiridos de “fontes não licenciadas.
“Os medicamentos adquiridos de fontes não licenciadas podem ser rotulados incorretamente, adulterados, falsificados, contaminados, armazenados e transportados inadequadamente, ineficazes e/ou inseguros”, destacou a FDA.