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Saiba como álcool em excesso pode alterar os batimentos cardíacos

Estudo realizado no Oktoberfest, na Alemanha, mostrou que o consumo excessivo do álcool, mesmo que eventualmente, aumenta o risco de arritmia cardíaca

Por Da Redação
26 abr 2017, 16h26

Beber cerveja pode fazer bem, mas é preciso tomar cuidado com o consumo exagerado. Segundo pesquisadores do Hospital Universitário de Munique, na Alemanha, beber quatro pints (tradicional copo de cerveja comum em países Europeus e nos Estados Unidos, que pode variar entre 463 e 568 mililitros) de cerveja de uma só vez é o suficiente para desestabilizar o ritmo dos batimentos cardíacos e aumentar o risco de insuficiência cardíaca e derrame. O estudo foi realizado a partir de uma pesquisa no Oktoberfest, o famoso festival cervejeiro alemão.

De acordo com a pesquisa, os participantes apresentaram chances de arritmia, condição que abre portas para condições mais graves, enquanto bebiam. A probabilidade é duplicada até mesmo depois de uma ingestão relativamente modesta da bebida. Os dados mostraram que, a cada grama de álcool ingerido por quilograma de sangue, as chances de arritmia cardíaca aumentam em até 75%. Três gramas equivalem a cerca de 11 pints de cerveja, dependendo do peso do indivíduo e de seu metabolismo.

“Essa quantidade reflete uma ingestão de álcool muito alta, aproximando-se da fronteira da intoxicação, e poucas pessoas podem conseguem tolerá-la. Para efeitos de comparação, o limite legal de condução na Alemanha é de 0,5 g/kg”, explicou Stefan Brunner, um dos autores do estudo. No Brasil, a Lei Seca prevê como limite legal de condução 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido, detectado pelo teste do bafômetro. 

Síndrome do Coração Festeiro

Os cientistas monitoraram 3.028 participantes do evento durante os 16 dias do festival cervejeiro e descobriram fortes evidências da Síndrome do Coração Festeiro – ou Holiday Heart Syndrome, em inglês – em que pessoas que nunca tiveram problemas no coração acabam desenvolvendo batimentos cardíacos irregulares. Armados com bafômetros e máquinas portáteis de eletrocardiograma, eles descobriram que quase um em cada três festeiros (cerca de 33%) estava sofrendo de arritmia. Na população geral a taxa é de até 4%. Uma forma da condição, a fibrilação atrial, é conhecida por aumentar o risco de insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC) a longo prazo.

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“O ponto de partida para o nosso estudo foram os relatórios inconclusivos sobre a Síndrome do Coração Festeiro“, disse ao Telegraph o professor Moritz Sinner, coautor do estudo, publicado no periódico científico European Heart Journal. “Não fomos capazes de demonstrar diretamente que a fibrilação atrial ocorre consecutivamente ao consumo de álcool, porém encontramos associações muito fortes e robustas com taquicardia sinusal e distúrbios na variação natural da frequência cardíaca durante o ciclo respiratório”.

Comparações

Entretanto, a equipe de pesquisa comparou os resultados do Oktoberfest 2015 com os resultados de um estudo sobre o consumo crônico de bebidas alcoólicas (alcoolismo) e descobriram que os efeitos são realmente mais drásticos para quem costuma beber de forma exagerada com maior frequência. Aproximadamente seis milhões de pessoas do mundo todo participam anualmente do evento, só em 2013 foram vendidos 7,7 milhões de litros de cerveja.

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