Seis fatores emergentes que aumentam o risco cardiovascular
Tabagismo e pressão alta continuam sendo perigosos, mas é preciso estar atento a elementos que passam despercebidos
Quando se fala em cuidados com a saúde cardiovascular, evitar a pressão alta, não fumar, tratar a obesidade, praticar exercícios e ter bons hábitos alimentares são os elementos que compõem a fórmula mais adequada para alcançar este objetivo. No entanto, há fatores que se escondem na rotina agitada ou que podem parecer distantes demais do coração para prejudicá-lo. Mas não são. Dos riscos silenciosos a modismos, VEJA preparou uma lista, com base em estudos científicos e recomendações de entidades médicas, dos problemas que abrem portas para doenças cardiovasculares.
A depressão tem impactos em hábitos de autocuidado relacionados à piora da saúde do coração, como o sedentarismo, mas estudos já mostram que esse grave problema de saúde mental aumenta o risco de complicações no órgão.
“A depressão foi associada a um risco 1,28 vezes maior de desenvolver infarto do miocárdio, um risco 1,13 vezes maior de acidente vascular cerebral, um risco 1,04 vezes maior de insuficiência cardíaca e um risco 1,16 vezes maior de desenvolver doença cardiovascular”, diz uma análise publicada no periódico The American Journal of Medicine.
O sono insuficiente, adiado ou interrompido por preocupações e pela exposição excessiva às telas é outro problema a ser trabalhado. Dormir bem é tão importante que entrou, em 2022, na lista com oito elementos essenciais para a saúde cardiovascular, a Life’s Essencial 8, da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), que cita as medidas mais tradicionais: controle da pressão arterial, da glicemia, do colesterol e do peso.
“Tendências recentes de diminuição da saúde do sono na população parecem explicar parte da variação na prevalência do risco cardiometabólico”, diz o texto da entidade.
Gordura no fígado e saúde bucal
Doença em ascensão no mundo, a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica — ou MASLD, na sigla em inglês –, mais conhecida como gordura no fígado, já afeta quase 40% da população global e também ameaça o coração.
“Pessoas com pior perfil metabólico, mais chance de diabetes, mais chances de ter infarto e outras doenças cardiovasculares. O excesso de gordura reflete em excesso de gordura no sangue, que vai para vários lugares”, explica Rodrigo Moreira, médico endocrinologista, membro do departamento de diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e autor da diretriz brasileira de MASLD. O acúmulo de gordura nas artérias está relacionado a episódios de infarto, AVC e morte súbita.
Problemas de saúde bucal, como doenças periodontais e infecções dentárias, aumentam a possibilidade de complicações cardíacas. A inflamação no tecido periodontal produz substâncias que são levadas ao coração por meio da corrente sanguínea e acionam o sistema imunológico para combatê-las. Assim, ocorre um processo de depósito de placas nas artérias, o mesmo que leva à aterosclerose. Para evitar isso, vale a máxima de usar fio dental, escovar os dentes corretamente e comparecer às consultas com dentista.
Testosterona
Nas redes sociais, o uso de hormônios, principalmente a testosterona, é alardeado como uma opção para ter mais energia, mais músculos e mais força. O que não é falado é a população em geral não necessita dessa reposição — isso vale para homens e mulheres — e que a utilização traz graves riscos para a saúde.
Dependência psicológica, danos no fígado, alterações da voz e aumento do clitóris em mulheres, infertilidade, aumento da mama e atrofia dos testículos em homens estão entre as consequências negativas, mas o coração também sofre. Aumento do risco de trombose e de morte súbita, bem como o crescimento do órgão têm relação com o uso inadequado do hormônio, indicado para condições como hipogonadismo em homens e Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) em mulheres.
Problema desafiador
O inimigo mais difícil de enfrentar na atualidade e que afeta a saúde cardiovascular é a poluição. As partículas finas de poluição, também chamadas de PM2.5, entram no organismo pelos pulmões e passam a circular no sangue, levando a um quadro de inflamação sistêmica. Essa exposição pode desencadear quadros de síndrome coronariana aguda, incluindo infarto do miocárdio, arritmia, piora da insuficiência cardíaca crônica, AVC e morte súbita.
As medidas para redução da poluição envolvem ações de governos e grandes corporações, além do estabelecimento de acordos internacionais. À população, resta usar máscara para filtrar essas partículas finas em períodos mais poluídos, como as épocas de escassez de chuva, e, caso já tenha o diagnóstico de doença cardiovascular, manter o tratamento e o acompanhamento médico.
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