Não há diferença entre a saúde cardiovascular de crianças concebidas por forma natural e por meio do uso de tecnologias de reprodução assistida (TRAs), como fertilização in vitro, de acordo com uma nova meta-análise publicada no European Heart Journal.
Os pesquisadores exploraram dados de quase 36 mil crianças que foram acompanhadas até a idade adulta. Originalmente, os voluntários foram incluídos em 14 estudos diferentes que ocorreram na Europa, Austrália e Cingapura.
No geral, as crianças concebidas através de inseminação têm níveis de pressão arterial, níveis de glicose no sangue e frequência cardíaca semelhantes às outras. A única diferença notada foi de um colesterol ligeiramente mais alto nos jovens da reprodução assistida, mas essa diferença não persistiu na idade adulta.
“Os pais que concebem ou esperam conceber por meio da tecnologia de reprodução assistida e seus filhos devem ter certeza de que a saúde cardiometabólica é comparável àquelas concebidas naturalmente” disse Ahmed Elhakeem, autor e pesquisador da Universidade de Bristol.
“A ciência e a pesquisa avançam rapidamente no setor de fertilidade, mas é amplamente reconhecido que mais estudos em larga escala como este são necessários para impulsionar melhorias contínuas no atendimento”, acrescentou Peter Thompson, diretor executivo da Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia.
Os autores do estudo observaram ainda que são necessárias pesquisas adicionais para responder a perguntas não totalmente respondidas.
No Brasil, o número de ciclos de fertilização in vitro para reprodução assistida cresceu 32,72% em um ano, saltando de 34.623 procedimentos realizados em 2020 para 45.952 ciclos em 2021, segundo os dados mais recentes do Relatório de Produção de Embriões.