A vacina Sputnik 5, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya, na Rússia, deve começar a ser produzida no Brasil em dezembro. A informação foi anunciada nesta segunda-feira, 19, por Kirill Dmitriev, CEO do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF, na sigla e inglês), em entrevista coletiva. Segundo Dmitriev, a União Química, farmacêutica responsável pela produção do imunizante no país, já está no processo de receber o material necessário para início da fabricação. No entanto a data exata depende de muitos fatores e pode haver atraso.
A vacina russa está em fase 3 de testes clínicos, mas já foi registrada na Rússia e começou a ser aplicada na população do país. Segundo Denis Logunov, diretor adjunto do Trabalho Científico do Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya, até o momento, foram observados apenas efeitos colaterais leves e passageiros, como febre, dor no local da injeção e indisposição, em voluntários de 18 a 60 anos. Em breve, começarão estudos em outras faixas etárias, incluindo crianças e idosos.
Os resultados da eficácia da vacina são esperados para meados de novembro. “Não achamos que a vacina possa ser ineficaz. Todas as vacinas líderes no mundo são as que usam vetores”, disse Logunov. Por outro lado, ele ressaltou que “a vacina pode funcionar de forma diferente em vários grupos etários.” Em geral, o organismo de crianças e idosos pode ter mais dificuldade no desenvolvimento de anticorpos.
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Os desenvolvedores esperam que a imunidade induzida pela vacina tenha de um a dois anos de duração, como os imunizantes de Ebola e Mers, desenvolvidas pelo Instituto. Mas isso só poderá ser constatado ao final do estudo.