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“Veganismo de pudim”: pesquisa alerta para dieta com prejuízos à saúde

Estudo europeu analisou o comportamento alimentar de veganos e descobriu que boa parte deles consome produtos ultraprocessados e não tão nutritivos

Por Diego Alejandro
25 Maio 2023, 09h52

Em um estudo recente, conduzido por pesquisadores do Centro de Saúde Pública da Universidade Médica de Viena, na Áustria, e publicado na revista científica Nutrients, os padrões alimentares e de atividade física dos veganos foram examinados e revelaram-se menos adequados do ponto de vista da saúde do que se imaginaria. 

Embora a comunidade científica reconheça os benefícios de uma dieta baseada em vegetais, descobriu-se, nesta investigação, que muitos daqueles que se abstêm do uso de produtos animais acabam substituindo-os por alimentos processados ​​industrialmente que estão longe de serem proveitosos para a saúde.

O time de pesquisa realizou um questionário online envolvendo 516 indivíduos com idade média de 28 anos que seguiam um estilo de vida vegano por pelo menos três meses. Fazendo uma distinção entre um padrão alimentar “consciente para a saúde” e um padrão alimentar “conveniente”, ambos sem produtos de origem animal, o trabalho descobriu que 53% dos veganos exibiam uma dieta pautada mais por conveniência, aquela que contém maior quantidade de alimentos desequilibrados do ponto de vista nutricional.

Tal grupo de pessoas teve um maior consumo de alternativas processadas de peixe e carne, salgadinhos veganos, molhos, bolos, doces, sucos artificiais e grãos refinados. “Os efeitos nocivos dos alimentos processados industrialmente sobre a saúde já foram claramente demonstrados”, examinou a líder do estudo, Maria Wakolbinger.

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“As evidências científicas mostram que os indivíduos que consomem principalmente alimentos de conveniência enfrentam um risco 29% maior de mortalidade geral, 51% maior de sobrepeso ou obesidade, 29% maior de doenças cardiovasculares e um risco 74% maior de diabetes tipo 2”, disse.

Em contraste, 47% dos veganos, classificados como preocupados com a saúde, exibiram um padrão alimentar diferente. Este subgrupo consumiu mais verduras, frutas, proteínas alternativas, produtos integrais, óleos e gorduras vegetais, além de ter preparado refeições com mais frequência, usando ingredientes frescos.

O estudo também revelou heterogeneidade entre os veganos em relação aos níveis de atividade física. No geral, o grupo preocupado com a saúde exibiu índices de prática de exercícios significativamente mais altos em comparação com aqueles que seguiram o padrão de comida de conveniência.

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Os pesquisadores cunharam o termo “veganismo de pudim” para descrever o padrão alimentar de conveniência identificado no estudo. Ele faz referência a pessoas que, ainda que não consumam produtos animais, ingerem excessivamente ultraprocessados e fast-food.

A autora do levantamento espera que os achados aumentem a conscientização sobre as escolhas à mesa, principalmente à luz do mercado em expansão de substitutos de carne e laticínios processados. Atualmente, as alternativas veganas à carne e ao leite geram um faturamento anual de 1,7 bilhão de euros na Europa, e alguns estudos já apontam sua limitação nutricional.

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