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Vigitel: 55% dos brasileiros estão acima do peso

O número de obesos também atingiu o maior índice nos últimos 13 anos. Por outro lado, houve crescimento nos hábitos saudáveis, como exercício e alimentação

Por Redação
25 jul 2019, 19h34
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  • Mais da metade da população brasileira (55%) está acima do peso, indica a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico 2018 (Vigitel). O levantamento aponta também que houve aumento de 67,8% nas taxas de obesidade no Brasil entre 2006 e 2018, saindo de 11,8% para 19,8%. É o maior índice de obesidade nos últimos 13 anos, segundo o Ministério da Saúde. Desde 2015 a taxa estava estabilizada em 18,9%.

    O aumento da obesidade foi maior entre a população adulta de 25 a 44 anos, com taxas acima de 80% e entre mulheres: 20,7% contra 18,7% dos homens, em 2018. Em relação ao excesso de peso, os mais afetados são indivíduos jovens, de 18 a 24 anos, e mulheres.

    “Nós temos um aumento maior da obesidade em decorrência do consumo muito elevado de alimentos ultraprocessados, de alto teor de gordura e açúcar”, disse Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde. A obesidade é caracterizada por índice de massa corporal (IMC) acima de 30. O problema está associado a uma série de condições de saúde perigosas, incluindo doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer.

    Boa notícia

    Pode parecer contraditório, mas apesar do aumento generalizado de peso da população – ou por causa disso – a pesquisa Vigitel 2018 descobriu que o brasileiro tem buscado um estilo de vida mais saudável. Os novos dados apontam um aumento de 15,5% no consumo de frutas e hortaliças. A frequência de consumo é maior entre as mulheres (27,2%).

    As diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam cinco porções diárias de frutas e verduras pelo menos cinco vezes por semana. Ainda assim, apenas um em cada quatro brasileiros segue essas orientações de saúde. “O incentivo ao consumo de hortaliça entre as crianças e os adultos é fundamental”, afirmou Oliveira.

    Além da maior ingestão de frutas e verduras, o brasileiro passou a diminuir o consumo regular de bebidas adocicadas, como refrigerante e suco artificial. A redução foi identificada em todas as faixas-etárias e em ambos os sexos. O corte mais expressivo, no entanto, foi entre a população de 55 a 64 anos: 58,8% entre 2007 e 2018. 

    Aliás, essa é uma excelente notícia, pois estudo recente indica que bebidas industrializadas aumenta o risco de câncer em até 22%. “O alto consumo de bebidas açucaradas é um fator de risco para obesidade e ganho de peso. E a obesidade é, em si, um fator de risco para o câncer”, explicou Mathilde Touvier, principal autora do estudo, à CNN, na época.

    Ainda assim, a pesquisa revela que o consumo desse tipo de bebida é maior entre os homens (17,7%) do que entre as mulheres (11,6%). Para melhorar esse cenário, o Ministério da Saúde estabeleceu metas de redução de 50% do açúcar em produtos industrializados, como bebidas adoçadas, biscoitos, bolos e produtos lácteos, por exemplo. Estimativas das indústrias indicam que serão reduzidas 144.000 toneladas de açúcar até 2022.

    Atividade física

    Outra mudança importante na rotina da população é a prática de atividade física: houve um crescimento de 25,7% em comparação a 2009, saindo de 30,3% para 38,1%. Quem parece estar mais preocupado em fugir do sedentarismo é a população masculina: 45,4% em comparação com 31,8% das mulheres. A faixa etária que mais pratica exercícios é a de 18 a 24 anos, porém, o maior aumento na prática de atividade física nos último anos foi visto na faixa etária dos 35 aos 44 anos – com um crescimento de 40,6% nos últimos dez anos. A recomendação da OMS é realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.

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    Diabetes

    A Vigitel ainda revelou um aumento de 40% no número de adultos diabéticos no país. Em 2006, era 5,5%; em 2018, subiu para 7,7%. O maior percentual de diagnóstico é entre mulheres (8,1%). Em ambos os sexos, quanto mais jovem, menor o percentual de diagnóstico.

    O levantamento ainda descobriu que a população brasileira parece ter maior conhecimento de saúde, o que vem resultando em crescimento do diagnóstico de doenças, como diabetes. De acordo com o Ministério da Saúde, um dos fatores que tem contribuído para esse resultado é maior acesso à atenção primária nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

    Vale lembrar que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente o tratamento medicamentoso do diabetes. Portanto, qualquer paciente que necessite deve procurar o posto de saúde mais próximo e retirar a medicação.

    A Vigitel é uma pesquisa telefônica realizada anualmente pelo Ministério da Saúde com maiores de 18 anos das 26 capitais brasileiras e Distrito Federal. A edição de 2018 entrevistou 52.395 pessoas entre fevereiro e dezembro do ano passado. 

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