Um voluntário teria morrido durante os testes com um medicamento experimental para a doença de Alzheimer, condição que afeta a cognição e tira a autonomia de idosos. A revelação foi feita pelo site norte-americano Stat News, especializado em saúde, teve acesso a documentos que confirmaram morte após sangramento cerebral relacionado ao lecanemab. No mês passado, a droga foi considerada promissora após demonstrar potencial para retardar em 27% o progresso da doença em um estudo com 1.800 pacientes em estágio inicial.
O veículo informou que teve acesso a documentos que continham a constatação de um dos investigadores da pesquisa de que a morte, ocorrida em junho, estava relacionada à droga. O óbito está em investigação e a previsão é de que mais informações sobre o ensaio clínico sejam divulgadas no próximo mês.
O medicamento teria, entre seus efeitos adversos, inchaço e sangramento no cérebro. O risco seria maior para pacientes que fazem uso de anticoagulantes, caso do voluntário que morreu.
Ao site, a farmacêutica Eisai Co Ltd, fabricante do medicamento, negou a informação e afirmou que o paciente teve eventos anteriores, como quedas ataque cardíaco, infecção respiratória e episódios semelhantes a mini-derrames.
A ciência luta para encontrar um medicamento eficaz para tratar a doença, que afeta cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo – e que pode chegar a 74,7 milhões em 2030 – , de acordo com a Alzheimer’s Disease International. No Brasil, cerca de 1,2 milhão pessoas vivem com alguma forma de demência.