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Após início da era Musk, ambientalistas abandonaram o antigo Twitter

Estudo mostra que 47,5% dos usuários ativos em discussões a favor do meio ambiente simplesmente pararam de publicar na rede social

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 ago 2023, 12h00
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  • Graças às mudanças provocadas por Elon Musk desde que assumiu o Twitter, agora conhecido apenas como X, está acontecendo um verdadeiro êxodo de ambientalistas da plataforma. Um artigo publicado nesta terça-feira, 15, no periódico científico Trends in Ecology and Evolution aponta que 47,5% dos usuários envolvidos em debates a favor do meio ambiente simplesmente abandonaram a rede social. O problema é sério, já que o Twitter era considerado um dos principais ambientes digitais de discussão do tema.

    O time de pesquisadores analisou o comportamento de 380 mil usuários que participavam ativamente de discussões ambientais relacionadas a mudanças climáticas, biodiversidade e outros temas relacionados. Para ser considerado “ativo”, o usuário precisava ter postado ao menos uma vez sobre meio ambiente nos últimos 15 dias. A análise das informações mostra que quase metade parou de publicar nos seis meses seguintes após o início da gestão de Musk, em outubro de 2022.

    O estudo aponta ainda que houve uma redução no número de usuários que postavam conteúdos políticos, mas a queda entre os ambientalistas foi muito mais acentuada. Segundo dados, 79,4% dos perfis focados em política continuavam ativos após o início da gestão de Musk, contra apenas 52,5% dos perfis pró-meio ambiente.

    A redução da moderação de conteúdo e o aumento significativo da disseminação de discursos de ódio e da participação de usuários da extrema direita contribuem para o cenário, mas problemas técnicos também tiveram parte nesse êxodo digital. Segundo o estudo, a plataforma deixou de ser uma fonte confiável de conteúdo em tempo real, um elemento que atraía o interesse de pesquisadores e ambientalistas para avaliar a percepção do público sobre eventos como o terremoto na Turquia e na Síria, em fevereiro deste ano.

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    “Atualmente não há plataforma equivalente ao Twitter”, diz o estudo. “Assim, qualquer mudança no envolvimento de usuários preocupados com o meio ambiente levanta sérias questões sobre onde rastrear o discurso sobre conservação ambiental e como mobilizar segmentos pró-ambientais do público.”

    Para o grupo de pesquisadores, a própria comunidade precisa participar ativamente da busca por uma solução. Uma das propostas apresentadas é a pressão por mudanças na moderação de conteúdo no Twitter – mas, até agora, pouco foi feito após a reclamação de boa parte dos usuários mais antigos da rede social. Outra solução proposta é a migração em peso para outra plataforma, como Mastodon ou Threads. “O futuro do Twitter como plataforma de divulgação e pesquisa é incerto. Precisamos criar colaborações na indústria, no setor sem fins lucrativos e na academia para rastrear o
    engajamento dos usuários com conteúdo relacionado ao meio ambiente em plataformas de mídia social para o benefício da pesquisa primária, conservação ambiental aplicada e mitigação do clima”.

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