Na próxima sexta-feira (17), começam os jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, evento que reúne a maior delegação brasileira da história destes jogos. Ao todo, 338 atletas, de 23 estados, representam o país, em disputas que exigem ainda mais dedicação e superação dos integrantes do que os Jogos Panamericanos. O aumento de participantes, acompanhado pelo incentivo do Governo Federal– oito de cada dez integrantes da delegação são apoiados pela Bolsa Atleta –, permite hoje que brasileiros invistam em modelos de cadeiras de rodas específicas para profissionais do esporte. Até bem pouco tempo, esse era um serviço oferecido apenas por empresas estrangeiras. Na Inglaterra, por exemplo, a RGK faz cadeiras de basquete, no Japão, para corredores. Por aqui, já há empresa focada na assessoria e desenvolvimento de modelos sob medida, independente da modalidade do atleta.
O processo de desenvolvimento começa pela escolha do material, que pode variar entre alumínio e titânio. O primeiro é mais leve, porém deforma quando exposto a impactos. “Isso determinou, por exemplo, que a cadeira da jogadora de basquete Paola Klokler fosse de titânio”, explica Carolina Kobylanski, CEO da Jumper Equipamentos, empresa brasileira voltada para o desenvolvimento desse produto para atletas com diferentes habilidades.
Nas quadras, a disputa da bola leva Paola a ter frequentes choques com as cadeiras das adversárias. A resistência do material funciona como proteção física para a própria jogadora, que já está em Santiago para o Parapan. Situação inversa é da mesa-tenista Cátia Oliveira, vice-campeã mundial e medalhista paralímpica. Como o esporte não exige contato, o alumínio foi a melhor solução para ganhar mais velocidade nas manobras.
O equipamento foi totalmente desenvolvido de acordo com as proporções físicas dela. “A adequação trouxe melhoras na minha rotina pessoal e profissional”, explica Cátia. A cadeira contou com mudanças estruturais importantes para o tênis de mesa, como a altura da cadeira, projetada com 80 cm – 10 cm a mais que uma convencional. Outra diferença está em um dispositivo instalado na parte inferior do assento, que possibilita manobras para frente e para trás com apenas uma das mãos. A mudança é simples, mas fundamental para a mesa-tenista, que se apresenta sempre com a raquete amarrada no pulso direito,. Dessa forma, Cátia consegue rebater a bola e, com a ajuda da mão esquerda, ao mesmo tempo se afastar ou se aproximar da mesa, de acordo com a velocidade e força da bolinha.