Conheça as tecnologias que substituem testes de cosméticos em animais
Reprodução em 3D de células humanas e até de sistemas mais complexos como órgãos já são alternativas usadas por empresas

No fim do mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a proibição de testes de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal em animais. Com isso o Brasil passou a integrar um time de países com práticas éticas e sustentáveis, como Israel, Nova Zelândia, Índia e mais 27 nações da União Europeia, que há muito deixaram de manter animais fofos em cárcere para serem cobaias de laboratório em testes de ardência nos olhos e queimaduras na pele. Há mais de décadas, no entanto, grandes empresas, que atuam no mercado brasileiro, já tinham eliminado técnicas cruéis do processo produtivo.
Isso porque as novas tecnologias já oferecem recursos seguros eficientes e até mais baratos. A francesa L’Oréal, por exemplo, é pioneira na criação da EpiSkin, modelo de pele humana artificial usado em larga escala, para substituir os testes em coelhos e outros animais. A Unilever também investe em métodos in vitro e simulações digitais. Outra novidade são os órgãos-chips, dispositivos que imitam sistema biológicos, que vão de tecidos à órgãos, para realizar ensaios toxicológicos. A Procter & Gamble apoia pesquisas nesta área para prever efeitos de longo prazo de substâncias químicas. Há ainda estruturas tridimensionais auto-organizadas, batizadas de organoides cultivados em laboratório, que imitam a arquitetura e algumas funções de órgãos reais, cultivadas a partir de células-tronco ou células especializadas em laboratório.
No Brasil, a Natura Cosméticos se tornou referência mundial em pesquisa com bioimpressão de tecidos e já mantém certificações internacionais de produtos cruelty-free. O Boticário aboliu os testes em animais ainda em 2000 e hoje utiliza bancos de dados toxicológicos e parcerias com universidades para validar a segurança de seus cosméticos.
“Acompanhamos a crescente consciência social sobre a necessidade de se evitar práticas cruéis contra animais, que são absolutamente desnecessárias diante do avanço do conhecimento científico”, disse Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), relator do projeto de lei que deu origem à proibição.
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