Ex-engenheiros da SpaceX criam startup de veículos autônomos sobre trilhos
Objetivo da Parallel Systems é tornar a rede férrea existente mais eficiente e sem emissões com um modelo elétrico e autônomo
Três engenheiros que trabalharam na SpaceX, a empresa de exploração espacial criada por Elon Musk, fundador da Tesla, acabaram de anunciar um novo e ambicioso projeto. Os empreendedores estão por trás da Parallel Systems, uma startup que vai desenvolver veículos autônomos movidos a baterias elétricas que vão se locomover sobre trilhos. O objetivo é criar uma rede descarbonizada, mais eficiente, que usa a infraestrutura férrea já existente.
De acordo com o anúncio oficial feito nesta quarta-feira, a Parallel Systems já captou US$ 53,1 milhões até agora. A maior parte desses recursos veio de uma rodada série A de US$ 49 milhões. Com o caixa cheio, a empresa vai contratar cerca de 60 engenheiros para desenvolver a segunda geração dos veículos e lançar um programa de testes para criar um modelo de integração com as operações no mundo real.
O objetivo do CEO Matt Soule e de seus sócios John Howard e Ben Stabler é desenvolver um veículo que precisa de pouca energia para operar, o que significa baterias menores, sem emissões e de custo baixo para operar. Um sistema de câmeras e detecção de perigos fará com que os veículos tenham uma capacidade de frenagem 10 vezes maior que os trens normais.
Além dos próprios veículos, a startup planeja terminais inteligentes e simplificados que podem ser instalados em regiões próximas dos consumidores. Toda a frota será comandada por meio de um software que também será integrado a outras operações férreas. A Parallel Systems quer explorar também o sistema intermodal, como é chamado o transporte de contêineres por diferentes meios, como caminhões e navios. “É nesse modelo que apostamos, porque acreditamos que há competição e grande apetite por inovação”, disse Matt Soule ao TechCrunch.
Em um momento em que se discute o custo para acabar com a crise climática, a automação das linhas férreas e a adoção de modelos elétricos pode indicar uma possibilidade de reduzir as emissões no transporte de cargas.