Um novo estudo coordenado pela ONG francesa Fundação das Mulheres e pela Sciences Pos de Paris revelou que, no YouTube, a grande maioria dos vídeos traz algum tipo de estereótipo de gênero. Ao longo da pesquisa, foram analisados os duzentos vídeos mais populares da plataforma na França entre 2019 e 2020.
De acordo com o levantamento,68% do conteúdo compilado apresentam algum material sexista, sobretudo os clipes de música. Além disso, cerca de 25% mostram violências e insultos sexistas ou sexuais.
Os pesquisadores constataram ainda que mais de 20% dos vídeos mais populares do YouTube trazem mulheres em situação de sexualização, praticando “movimentos eróticos” ou em “poses lascivas”. Por outro lado, 57% trazem estereótipos masculinos, associando o homem a valores como coragem, e 39% relacionam mulheres a características como sentimentalidade e submissão.
Isso tudo, é claro, sem falar nos comentários machistas e ofensivos ao sexo feminino que frequentemente são encontrados na plataforma.
Segundo a ONG francesa, esse tipo de conteúdo perpetua a ideia de que mulheres têm o dever de se portar de uma determinada maneira para serem atraentes, o que reforça “a imagem da mulher objeto”. Embora a internet não seja um ambiente exatamente agradável para mulheres, elas são grande parte dos internautas. No Brasil, por exemplo, o acesso à internet é quase idêntico entre os sexos.