Nos anos 1990, a gravadora independente de hip hop Death Row ajudou a lançar alguns dos maiores clássicos do estilo na costa oeste dos Estados Unidos, como “The Chronic”, de Dr. Dre, um de seus fundadores, e “Doggystyle”, de Snoop Dogg. Após o período de glória, nos anos 2010 ela perdeu muito do prestígio – e dinheiro. Várias negociações fizeram com que a gravadora ficasse quase relegada ao esquecimento. Até que Snoop Dogg, pouco antes de sua aparição no show do intervalo do LVI Super Bowl, anunciou que havia comprado a Death Row.
Para celebrar a aquisição, Snoop lançou seu novo disco, “BODR” (abreviação de Back On Death Row), pela nova gravadora. E anunciou um ambicioso plano de transformar a Death Row em um selo do metaverso, apostando em NFTs e eventos no mundo digital. Em uma transmissão no app Clubhouse na quarta-feira (16), o rapper afirmou que pretende inclusive lançar artistas no metaverso. “Assim como quebramos a indústria quando fomos a primeira independente a se tornar uma grande gravadora, quero ter o primeiro grande selo do metaverso”, disse ele.
A estratégia prevê também o lançamento de NFTs e shows virtuais. Snoop Dogg já havia demonstrado interesse em explorar os novos formatos desde o ano passado. Em abril de 2021, ele lançou a primeira coleção de NFTs com sua assinatura no portal Crypto.com. Já em 2022, deu pistas de que lançará o Snoopverse, um espaço na plataforma virtual Sandbox que será focado em apresentações de artistas, shows e mais.
No comunicado oficial, Snoop afirmou ainda que a indústria musical está sempre em transformação, e ele espera que os NFTs e outras iniciativas digitais forneçam um modelo de captação de recursos. “A tecnologia blockchain tem o poder de mudar tudo de novo e inclinar a balança a favor dos artistas e dos fãs”, afirmou.
A febre dos NFTs não dá sinais de que vai diminuir tão cedo. Montadoras de luxo, como a Ferrari, estão criando produtos digitais e até os herdeiros de Picasso estão transformando cerâmicas do mestre espanhol em criptoativos.