A startup de saúde Osler Diagnostics, fundada pelo paulistano Paulo Roberto Bueno, de 45 anos, pesquisador no Instituto de Química de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com o químico inglês Jason Davis, foi avaliada em 100 milhões de libras, o equivalente a cerca de 520 milhões de reais. Trata-se da maior capitalização da história das startups da Universidade de Oxford, na Inglaterra (ranqueada entre as cinco melhores do mundo).
Em 2011, Bueno passou um período como pesquisador visitante na Universidade Oxford, onde aprendeu a fazer biossensores (pequenos dispositivos que utilizam componentes biológicos, como proteínas, para gerar análises) com o químico inglês. Juntos, decidiram usar a análise molecular dos biossensores para construir um dispositivo de diagnóstico barato e portátil que funcionasse como um laboratório clínico em miniatura.
Em entrevista a VEJA, Bueno afirmou que a ideia é “tirar o monopólio dos diagnósticos dos laboratórios de análises clínicas e levar a tecnologia para dentro do consultório médico. Um dia, os médicos vão poder coletar sangue do paciente e fazer o exame no consultório, em poucos minutos, e entregar o diagnóstico quase que instantaneamente”.
Em 2012, a Universidade de Oxford investiu 80 000 libras na forma de seed capital para ajudar os pesquisadores a verificar a viabilidade do dispositivo. Em 2015, a instituição inglesa, em conjunto cm fundos parceiros, investiram outros 2,5 milhões de libras para criar a Osler Diagnostics.
Entre os anos de 2016 e 2018, a empresa focou no amadurecimento da tecnologia, construiu o modelo de negócios e se dedicou ao no roteiro de desenvolvimento do produto, até chegar a um protótipo. Em 2017, já tinham sido captados 8,5 milhões de libras, com apenas três profissionais contratados pela startup. De lá para cá, somaram-se outros 30 milhões de libras, totalizando um capital de cerca de 38,2 milhões de libras (quase 200 milhões de reais), e agora com cerca de 50 profissionais.