Um Shakespeare latino-americano
O ensaísta e professor, João Cezar de Castro Rocha, fala se seus dois livros recentes, Culturas Shakesperianas e Leituras Desauratizadas
Em entrevista ao jornalista Jerônimo Teixeira no Clube do Livro, João Cezar de Castro Rocha, ensaísta, crítico literário, professor da UERJ e colunista de VEJA, delineia as instigantes ideias que desenvolveu em dois livros ensaios de fôlego – os livros Culturas Shakesperianas e Leituras Desauratizadas. Castro Rocha argumenta que as “culturas não-hegemônicas” – em particular, a cultura latino-americana – são aquelas que encamparam melhor os procedimentos que William Shakespeare empregava em seu teatro, que desenvolvia livremente enredos e histórias herdadas de outros autores e tradições.
Nos melhores momentos dessas culturas, nasce uma arte capaz de se apropriar das mais diversas fontes, sem a preocupação romântica da “originalidade”.
O entrevistado dá dois exemplos de escritores exemplares nessa tradição shakesperiana: o brasileiro Machado de Assis (1839-1908) e o argentino Jorge Luis Borges (1899-1986).