Greve dos caminhoneiros: 5 perguntas para entender a crise
Bloqueios em estradas federais e estaduais já duram cinco dias e levam caos a diversos setores do país
A greve dos caminhoneiros entrou no quinto dia nesta sexta-feira (25) depois que a categoria ignorou o acordo firmado com o governo. Diversos setores do país estão sendo afetados, como comércio, indústria, aeroportos e ônibus. Mas o que os caminhoneiros querem? A greve é política? O cientista político e colunista de VEJA Sérgio Praça responde essas e outras perguntas em entrevista à repórter Nicole Fusco.
“Os caminhoneiros estão numa posição em que podem pedir tudo o que quiserem que o governo vai atender”, resume Praça. “Primeiro, eles pediram combustível mais barato. À medida que eles viram que têm poder de barganha muito forte para um governo muito fraco, o número de pedidos foi aumentando”, diz.
Questionado sobre por que o Brasil ainda é tão dependente das rodovias, motivo que levou ao desabastecimento de diversos setores, o cientista político afirma: “para ser bem conciso, o problema foi o Juscelino Kubitschek”. Ele explica que “quando Juscelino assumiu o governo, em 1955, ele tinha bem claro que o desenvolvimento seria por automóveis e transporte rodoviário, mas, ao priorizar esses setores, você deixa de fazer outras coisas”.