Estrelas congeladas: a suspensão da edição de 2021 do guia Michelin
Por causa da pandemia, a receita da Bíblia da alta gastronomia desandou
Bíblia da alta gastronomia, o guia Michelin saía todo ano no Brasil desde que foi lançado por aqui, em 2015. Aí veio a pandemia e a receita desandou — a edição de 2021 precisou ser suspensa, já que os temidos inspetores do livreto vermelho que baliza a boa mesa mundial não puderam viajar. “As experiências têm de ser avaliadas presencialmente”, justifica Gwendal Poullennec, diretor internacional da publicação. Dono do carioca Oro e de programas na TV, Felipe Bronze, 43 anos, ostenta duas estrelinhas do ranking que vai até três. “Antes, 85% da minha clientela era de estrangeiros que se norteiam pelo guia”, reconhece, mas pondera: “Ninguém perde nada, fica tudo congelado até a próxima edição”. Uma pitada de cultura: de 1936 para cá, por uma única vez o Michelin pulou sua rigorosa aferição. Foi em Singapura, também por causa da Covid-19, no ano que passou.
Publicado em VEJA de 1 de setembro de 2021, edição nº 2753