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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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‘Podemos fazer até melhor’, diz fuzileira naval que fez história no país

Letícia Alves se formou com outras 113 alunas na primeira turma de fuzileiras navais da Marinha

Por Victoria Bechara Atualizado em 15 jul 2024, 22h45 - Publicado em 15 jul 2024, 11h37
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  • Aos 19 anos, Letícia Alves deixou a família em Navegantes, em Santa Catarina, e partiu para o Rio de Janeiro com um objetivo claro: seguir a carreira militar, inspirada pelo pai, sargento do Exército. Como mostrou reportagem de VEJA na edição desta semana, ela é uma das 114 mulheres que se formaram, no dia 5 de julho, na primeira turma de fuzileiras navais da história do país.

    “Quando abriu o concurso para a primeira turma de mulheres, eu já estava estudando para concursos militares e decidi fazer a prova. Consegui passar, só que daí veio aquela dificuldade, porque não é no meu estado. Mas minha família super me apoiou e eu decidi vir viver essa experiência”, conta.

    Foram quatro meses de treinamento intenso no Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (Ciampa), acordando diariamente às 4 horas, com atividades físicas e aulas teóricas ao longo de todo o dia. Nos dois primeiros meses, elas não podem deixar o quartel e nem tem contato com os familiares.

    Esse começo é bem difícil mesmo, a nossa rotina é muito puxada. A parte mais difícil foi não ter meus pais ali me dando suporte. Foram dois meses de internato total, vivendo só o que acontece lá dentro”, conta Letícia. “É um espaço muito fechado para homens. Essa primeira turma foi importante para mostrar que a gente consegue fazer as mesmas coisas que eles. Às vezes, até melhor”, disse a VEJA”.

    Agora formada, a soldado tem planos de ser instrutora para auxiliar outras mulheres a seguir a carreira militar. “Tem uma frase que me impactou muito, que é : Não pergunte se somos capazes, nos dê a missão.”

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    A primeira turma de mulheres fuzileiras navais é um marco duplamente relevante. Primeiro, porque elas irão integrar uma das corporações de elite da Marinha do Brasil. Segundo, porque é a primeira vez que elas irão ocupar postos de combate. Apesar do avanço, as Forças Armadas mantêm restrições à participação feminina. Atualmente há cerca de 35.900 mulheres em um contingente total de 346.900 militares.

    Marinha é pioneira

    A Marinha foi a primeira a admitir mulheres em seus quadros, em 1980. Com a formatura dessa turma, a gente completa todo o ciclo, permitindo mulheres em todos os corpos e quadros da marinha”, afirma o capitão de Mar e Guerra  Vanderli Nogueira Júnior,  comandante do Ciampa. Para recebê-las, foi preciso fazer reformas no quartel, adaptar banheiros e adotar medidas de segurança, como reconhecimento facial na entrada dos alojamentos. Os homens também tiveram palestras sobre comportamento e conscientização.

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    No Exército e na Aeronáutica, a entrada das mulheres se deu em 1982 e 1992, respectivamente. Em todos os casos, elas só podiam ingressar em áreas específicas, como logística ou saúde. Décadas depois, a presença feminina ainda não é permitida em áreas mais combatentes, como cavalaria, infantaria e artilharia. 

     

     

     

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