Todo pirralho correndo no restaurante é uma esperança, diz Karnal
O historiador conta: 'Depois que vi aquele testemunho da morte de tantas crianças causada pela intolerância, minha relação com a agitação infantil mudou'
A internet já se dividiu duas vezes para discutir a presença de crianças em espaços públicos. Em um primeiro momento, no fim do ano passado, a apresentadora Raiza Costa foi ‘apedrejada’ por defender restaurante com restrições à presença dos pequenos. Mais recentemente, um post na rede social do estabelecimento Underdog enfureceu mães ao sugerir, jocosamente, que os cães eram bem-vindos, enquanto os pimpolhos deveriam ser amarrados ao poste.
O historiador Leandro Karnal refletiu sobre o assunto e publicou um texto em sua página do Facebook. Nele, apresentou um motivo pungente para respirar fundo, ser paciente e agradecer quando o filho do ocupante da poltrona vizinha no avião, ou da mesa vizinha do restaurante, começar a correr, gritar, bagunçar ou fazer outras coisas típicas da infância.
Aconteceu quando ele visitou o Museu do Holocausto, em Jerusalém. “Antes de entrar no prédio principal fui ao memorial das crianças mortas (Yad Layeled). Em vez de muitos textos, um efeito sutil e impactante multiplicava um milhão e meio de velas em memória de um milhão e meio de crianças mortas”, escreve.
Das tragicômicas experiências com crianças à tocante visita ao memorial, ele conclui: “Desde aquele dia em Jerusalém eu prometi a mim mesmo que todo choro de criança, todo bebê que grita ou me impede a concentração é uma vela a menos naquele museu. Toda vida que se manifesta é uma biografia com horizonte e esperança. Todo pirralho correndo no restaurante está vivo.” Leia o texto na íntegra: