Governo turco julga quase 500 militares por tentativa de golpe
Acusados são supostos responsáveis pela tentativa fracassada de derrubar o presidente turco há um ano
A justiça da Turquia iniciou nesta terça-feira o julgamento de quase 500 pessoas acusadas de participar de uma tentativa fracassada de golpe de Estado, há um ano, contra o presidente, Recep Tayyip Erdogan.
Os suspeitos são em sua maioria militares de alta categoria. A acusação afirma que os réus organizaram o golpe na base aérea de Akinci, no noroeste de Ancara, onde supostamente foram emitidas ordens para bombardear o Parlamento e o palácio presidencial na madrugada de 15 para 16 de julho de 2016.
O Ministério Público acusa os réus de tentativa de assassinato ao presidente, homicídio e violação à Constituição. Estima-se que durante a tentativa de golpe morreram cerca de 250 pessoas.
Dos réus, 461 estão em prisão preventiva e 18 em liberdade condicional à espera de julgamento, enquanto outros sete são considerados foragidos da Justiça.
Entre os que serão julgados à revelia se destaca o líder religioso Fethullah Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos e é apontado pelo governo como o responsável pela tentativa de golpe. O líder operacional da suposta tentativa frustrada, Adil Oksuz, também está sendo procurado.
Um amplo sistema de segurança foi mobilizado para julgamento. Cerca de 1.130 agentes foram espalhados dentro e fora da sala de audiência. A operação também conta com veículos blindados, franco-atiradores e um drone de vigilância.
Manifestantes se reuniram em torno da penitenciária e alguns pediram que os acusados fossem condenados à morte.
Ameaças
Em uma cerimônia oficial no mês de julho, o presidente turco ameaçou “cortar a cabeça” dos responsáveis pelo golpe de Estado frustrado. O político afirmou que aprovará a restauração da pena de morte na Turquia, abolida em 2004, se a medida for votada pelo Parlamento.
(Com agência EFE e AFP)